ESPERANÇA!

Quão escuro é o mundo sem tua chama

Quão vazia é noss'alma sem tua presença!

E quantos agora a não crer em ti!

Quantos em verdade se desesperam!...

Na madrugada fria em que nas esquinas da vida solitário prossigo

Que, pois farei? Desesperar-me-ei?

De forma alguma

Mirarei o infinito horizonte

Logo virão os primeiros raios da alvorada

Só se é preciso esperar

Saber esperar...

Eis o que há!

Eis o que deve sempre ser

Todavia, quão poucos são os que esperam

Por acreditarem em tudo

Mas jamais crer n’esperança

 Esperança

Ó preciosa Esperança

A que de tudo o que espero e por tudo o que nesta vida anseio

Ao que nada rejeito do que tanto quero

Mesmo que nem tanto preciso (será que não?)

Qual desejada alvorada ao meio da noite

Deste solitário viajante noturno

Em sua embaçada visão a que sempre mira o horizonte da estrada

O qual atrás da serra o sol a dele se esconde

E, destarte, segue na esperança de logo encontrá-lo

Mas, ó cobiçada aurora que tanto teima a chegar!

A que vivo eu na expectativa de todo o meu anseio

Todavia sem jamais abandonar o meu bem que mais quero:

Ó bendita esperança!

Esperança de dias

Noites a contemplar

Anseio...

Vai dar certo!

Tudo vai passar...

Esperança

Só...

Aprecio a escuridão

Espero um abraço

Que não vem...

Não desistir!

Os olhos cansados

O corpo clama...

Esperança

Não deixe-me!

Acuda-nos!

Olhar na imensidão

Esperança de algo

Inexplicável

Vago...

Ansiedade!

Solta-me!

Livre sou!

Esperança que habita

Espero...

Esperança

Abril 2017

Tati Vitorino e Paulo da Cruz
Enviado por Tati Vitorino em 02/04/2017
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