ALMAS VESTIDAS
E então o baile se inicia *Paulo da Cruz
Ó minh’alma a que ornada se encontra
No tempo a que maculou sua natural essência!
Já não és mais aquela inocente criança de outrora
Cujo pensamento era uma simples folha de papel em branco
E agora, porque penso...
Não consigo mais tanto amar
Do pensamento a que se naufragou em seu mar
No implacável mar da vida e do viver
Deste maldito pensar a que constantemente mata o meu ser
Amar!
Por que para tantos seja tão impossível?
A nós que em nossa real substância... somos filhos do Amor?
Seus mais diletos filhos!
Queria o amor sê-lo verdade...
Mas, repito: o que nos impede de amar?
O que, pois nos separa... do Amor?
Não seria por que agora pensamos?
Quais exilados anjos prisioneiros na Terra
A que do Paraíso foram expulsos?
Amar!
Eis o que há!
Eis tudo o que há!
Ou então, o que deveria ser
Todavia, o que é realmente amar?
Quem poderia me dizer?
Amar...
E somente amar
Ir além do pensar
Ter a coragem de quebrar as grades do pensamento
Ter a audácia... de ser livre... verdadeiramente livre
Do contrário... ficaremos somente na esfera... do pensar
Ó Deus, queria eu neste instante ter os teus olhos
Olhos da Vida...
Olhos que tudo vêem
Olhos dos quais Vós nos enxerga por nossos próprios olhos
Olhos de quem é impossível e até ridículo tentar se esconder da Vida
Olhos de quem sabe verdadeiramente ver a vida
Os olhos da vida
A que jamais piscam
Muito menos se... fecham
Todavia, quão cegos d’alma somos
Por acharmos que da vida podemos nos esconder!
Ó tristes míopes de alma
A quem o mundo se finda somente no horizonte do que vêem
Ou apenas na clausura do que crêem!
Quando, pois abrirão finalmente os seus olhos?
E assim, na fugacidade de tudo pecamos por ornar noss’almas
A que nos tempos de outrora gozavam de sua maior bem-aventurança
A que nos doces tempos de infância era, pois de fato desamarrada... livre
Na nudez de que nos faziam inocentes e puros
Na natural simplicidade que a todos unia
Na bela nueza a que a ninguém separava:
Nem nomes, nem títulos, nem cor, nem raça, nem nada
Ó vida, concedei-nos a coragem dos streepers
A que se desnudam no palco da vida
A que se despem de suas ilusórias fantasias
Desapegai-nos das falsas vestes as quais no tempo tanto nos abrigaram
Desprendei-nos das pesadas armaduras que nos prendem
E fazei-nos puros como as crianças que um dia fomos
Como os regatos que se escorrem das nascentes das serras
A vida é muito breve para ser tão mal aproveitada
E depois do baile de máscaras
Do carnaval a que achávamos que não se findaria
Logo só ficarão somente as cinzas da quarta feira que se segue
E as luzes do grande baile se apagarão..
minh’alma pura onde o sorriso *Tati Souza
de criança se encontrava...
hoje, pesar, da dura estrada...
mãos cansadas e coração
que pulsa automático, na velocidade
desse viver
esmorecendo...no frenético;
mecânico labor.
Desânimo?
Ah, minh’alma, convido-te a conjugar novamente o verbo amar infinitamente.
Ame!!!!
Não há outro caminho para nós todos...
tem sobrado intolerância...
Escassez de amor
Os gritos não mais contidos
e a falta de paz se faz.
Amar!!!
Desbravar e expor meu eu,
Permitindo-me deixar ver...
Grimeras?!
Ir além...ter a decência de dividir
meu suado 'pão'
Conceda-nos Deus a oportunidade de remissão!
Amar é mandamento...
e que comece na minh’alma
A prática desse amor
Deus!!!
E que teu generoso amor
Nos liberte do desamor.
Amemos!!!
Eu, tu, nós todos!
27/03/2017