O DOUDO E O PEDAGOGO

Um dueto com o grande poeta Gilberto Oliveira! Rei do calembur, de vocabulário riquíssimo!

Também há duetos de feras como Ricardo Camacho e Cláudio Francisco, Héliojsilva e Raquel Ordones.

Noute poética!

O DOUDO E O PEDAGOGO

Gilberto Oliveira

Oh! Poeta no Zepellim incendiário

Tangendo dez mil cavalos-de-fogo,

Cheio de firulas tal um pedagogo...

Eis vosso crânio no ditame diário!

Agora desdigo aquilo que disse antes

Desses cavalos tiro a crina e o rabo,

O pedagogo troco pelo asno brabo,

Logo taco fogo no reino de Abrantes.

Tudo isso: num milésimo de segundo

Por mil réis, decapito o rei Pedro II...

Num quero sabê da tá Lei de Isabé!

Ora, ora, o pesadelo não finda assim

Tiro o couro do gado, faço mocassim

Inda levo a princesa Isabel ao cabaré!

Fábio Rezende

Como assim?! Quem será o tal pedagogo?

E o papel de doudo, de presidiário,

Cabe, como as roupas do armário...

Nos cabem! E não estou sendo demagogo.

Eu diria que nada é como dantes;

E os ungulados usam os lavabos,

Na evolução de Darwin – o diabo –,

Assim tomado pelos protestantes.

Ora, se os cavalos moribundos

Agora montam em reis pelo mundo,

Do que é capaz um homem?! E a mulher?

A vida onírica pode tornar querubins,

Os homens que acreditam no fim

Poético das coisas. Todos têm fé!