A velha prática das benesses
 
Na imprensa em geral o assunto são os áudios envolvendo o presidente Temer, e tudo vem à baila rechedo de suspeitas sobre a autenticidade ou não da gravação, o que não desfigura o crime de natureza torpe, tanto por parte do “patriota” empresário, como do representante maior da República.
Após este episódio estamos à espera do que virá, pois há variantes sendo alardeadas aqui e ali, e tudo sem um olhar mais atento ao que se dispõe na Constituição, e menos ainda, ao que é necessário a uma nação que queira se manter no mínimo sustentável, do ponto de vista econômico, e possa num futuro, mesmo longinquo, ser representativa de cidadania e prosperidade.


Agora o que vemos é um assombroso disparate de especulações, uns falam e vociferam sobre o novo processo de impeachment, que pode até vir a acontecer, mas o que levaria o país a uma nova anomia sem fim, com meses de uma nauseante paralisia. A renúncia, que é um ato pessoal e bem mais rápido nos livraria deste incômodo todo, mas pelo visto está longe de acontecer. Então nos sobra o quê? Aguardar inquérito aberto pelo STF , sob olhar imparcial  e atento da PGR, aguardando o desenrolar dos fatos; não entendo de leis e nem sei o que poderia suceder destes trâmites, mas sei de uma coisa, o Brasil não pode mais esperar, temos que avançar. A Nação está combalida e falida devido aos mandos e desmandos de 13 anos de um governo inoperante no que tange à  reconfiguração da estrutura de Estado e fomento à  políticas públicas, que atendessem, não de forma paternalista aos seus cidadãos, mas fortalecendo um sistema de economia que implemente mudanças sociais, de forma a garantir ao povo, igualdade de oportunidades; e agora, cá estamos nós, de novo no ostracismo econômico, sem base de sustentação e muitas dúvidas que impedem vislumbrar um futuro mais próspero. 

Estes episódios, tanto as delações de Mônica Moura e seu marido João Santana, quanto às dos irmãos Batista, caem com uma bomba numa República já carcomida, demonstrando que ainda, mesmo com o passar do tempo, a história confirma essa prática de favorecimentos e apoios que geram enriquecimentos ilícitos e duvidosos, é useira nos meandros políticos, então de quem é a culpa? Do sistema? Do Presidencialismo? Do Cabral que chegou ao Brasil corrompendo os índios? Sabe-se de uma coisa, do jeito que está não podemos continuar, e precisamos de continuidade na política econômica, implementar uma política fiscal, fazer reformas sim, mesmo que venham com algumas ressalvas, essas se fazem urgentes senão nunca conseguiremos um desenvolvimento  adequado a fomentar e estimular a igualdade social, que tanto se alardeia aos quatro ventos, e que os líderes populistas, acham que descobriram a chave para tamanho feito.

Se Collor usurpou, FHC se favoreceu, Lula roubou, Dilma mentiu, Temer prevaricou, então o que nos resta?

Acabar com o famoso “quebra-galho” parece impossível numa cultura que assimilou que para se favorecer tem que se ter contatos, e estes para se manterem no poder, aceitam qualquer tipo de negociata. Lamento muito pela juventude que aí está, pois esta ainda verá coisas mais escabrosas e espúrias, sendo que a lisura e honradez estão muito longe de serem atributos de valor para nosso povo, e quem dirá quando estes são alçados ao cargos públicos e, mais ainda majoritários, aí não tem pra ninguém mesmo, só conchavos e acordos com intentos cada vez menos nobres, éticos e republicanos. 
Lia Fátima
Enviado por Lia Fátima em 22/05/2017
Reeditado em 27/09/2018
Código do texto: T6006203
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.