'' Da Visão Que Vem De Dentro ''

Da vida , nenhuma certeza me veio, nenhuma me fora dada , a não ser pelo cotejo entre confrontos e contrapontos, que se insurgiram ao rolar dos ANOS e dos TEMPOS.

Cada TEMPO se detém senhor de segredos e de descobertas. Cada ANO soma experiências, e a cada TEMPORADA ( conjunto de ANOS e de TEMPOS ), uma ESTAÇÃO de VIDA, que se encerra em um coletivo de INSTANTES VIVIDOS e de LIÇÕES APREENDIDAS.

Como ainda não atingimos a última QUADRA da VIDA , a que os poetas chamam INVERNO, temos a CISMA de afirmar: " Ah! se aquilo me ocorresse hoje, eu agiria de forma bem distinta e os resultados se fariam outros também!"....Assim, caímos no sempre mesmo engano, que muito se assemelha aos momentos em que nos precipitamos ao FRUTO inda VERDE, imaginando-o já maduro, ainda que fora da TEMPORADA.

Imputamo-nos um deslize que não cometemos, pensamo-nos já amadurados, embora estejamos temporões! Todavia, o TEMPO que é sábio, aguarda-nos em ARMAZENAMENTO, em COMPOTA DE ESPERA até o atilado momento!...Aventuras ocorrem, mas nunca quando esperamos por elas! Levamos tempo para nos conscientizarmos disto! Somos escravos do desejo! Não obstante, é tão somente quando muitos anos se passam ou passam-se anos em DESACERTOS, que os ideais então se cumprem!

A cupidez de logo ensejar nossos ideários é o que mais obsta a chegarmos neles! E esta é também uma das razões de algumas circunstâncias na vida se repetirem - São percalços que se intrometem de tempos em tempos na medida em que as LIÇÕES ainda não foram devidamente ENTENDIDAS.

No momento em que as aprendemos e delas tomamos posse então não mais se repetem! Fizemos o APRENDIZADO e o PADRÃO REPETITIVO cessa - Atingimos MATURIDADE!

Já não precisamos mais sofrer com as LIÇÕES, deixamos para trás as PRELEÇÕES, os MODOS REITERADOS, os ANTIGOS ÊRROS são declinados, e uma vez abandonados, caminhos são abertos às nossas mais diletas EXPECTATIVAS.

É, portanto, relevante respeitar as alternâncias das gestações e gerações das PRÉDICAS a que somos submetidos nos CICLOS de VIDA e LUTO. Não deverão ser levados muito a sério! São somente um chamado à MATURIDADE, não são definitivos!...E se nos rendem dores, de forma idêntica nos aditam ESTABILIDADE, TEMPERANÇA e FIRMAM CARACTERES na JORNADA.

Por eles, nossas AFIGURAÇÕES vão tomando FORMAS cada vez mais NÍTIDAS, mais JUSTAS e ADEQUADAS à nossa TÔNICA PESSOAL, que assim vai moldando-se, definindo-se mais estreitamente a nós e aos que nos vêem!

Em nosso CAMINHO DE HERÓI, o mundo e seus sucedâneos se transfazem e nós junto com eles, através das ESTAÇÕES da VIDA. E, se

assim o é, ao nosso SER torna-se obséquio experienciarmos tal CATARSE de tudo o que nos corrompe até que se chegue à FACE OUTONAL da SUBSTÂNCIA, que uma vez SAZONADA, abre os olhos

para o confrontamento LÚCIDO dos longos anos de preparação no ESTIO da ESTAÇÃO de VERÃO, que recebeu os ESTOLHOS - FRUTOS ponderados na PRIMAVERA, SONHOS perdidos em TENRA IDADE, que o tempo se incumbiu de pô-los em CONSERVA para que se mantivessem firmes e evoluíssem em época de ESPERA até a devida ESTAÇÃO. A tudo Isto posto, só então segue-se o JUSTO OLHAR nascido ao FUNDO da nossa ESSÊNCIA, MATURA ESSÊNCIA , OUTONAR pelos ANOS de PELEJA, mas RESSURGIDA em CULTIVARES, que se fizeram DOCES, PRÓVIDOS na MESSE da TEMPORADA! - A nossa EFÍGIE FINAL , a FORMA POLIDA, DEFINIDA E INTEGRAL - A PEDRA BRUTA ora LAPIDADA, cujo FIO toma o gume que desvela os VÉUS do PENSAR SEGURO e das CONCRETIZAÇÕES - O FINO CORTE que nos descerra a RAIZ de todos os PORQUÊS da vida e a PROXIMIDADE de nossas mais CÁLIDAS QUIMERAS!

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Regina Caelli
Enviado por Regina Caelli em 24/04/2017
Reeditado em 24/07/2017
Código do texto: T5980345
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