EM BUSCA DE FORTES EMOÇÕES

Engana-se quem pensa que as pessoas vão as igrejas para buscarem conhecimentos, serem pessoas melhores, ou que vão “buscar a palavra de Deus”. Quem quer conhecimento vai a uma biblioteca ou faz algum tipo de curso técnico. Os quem querem ser pessoas melhores aprendem a prática da meditação, introspecção, reflexão, auto analise diária e aprende policiamento próprio em relação a coisas fúteis. Quanto a buscar a palavra de Deus em algumas igrejas, a própria do cristianismo nos mostra que seria como buscar uma agulha no palheiro, pois para cada uma palavra com sentido de efeito moral dita nesses lugares, haverá 100 outras ditas com sentido oposto, que endeuse o próprio grupo e demonize outros grupos ou pessoas. Para cada 1 palavra ou exemplo bíblico, haverá 100 outras conjecturas de pregadores que anulam a própria ideia dentro do discurso, que anulem a própria bíblia ou que preservem mais as tradições orais e costumes criadas por eles mesmos. Para cada 1 bom exemplo de alguma lideranças, haverá dezenas de outros maus exemplos da parte deles no que se diz respeito a arrogância, abuso de poder, centralização do conhecimento, distorção da palavra, manipulação dos fatos, criação de falsas verdades e conjecturas sem fim, para manter a aparência de homens sábios ou divinos (lembrando que toda regra tem exceção), pois usam o medo e ganancia alheia como elo que unem a maioria do povo para depois chamarem aquele recinto de casa de Deus”, contrariando a própria ideia de um ser incorpóreo, cujo espaço físico material não o contém, mas eles são capazes de vender deuses e unções enlatadas, prontas pra consumo, com tamanhos e funções diferentes, a depender de quanto a pessoa possa pagar.

As pessoas vão as igrejas porque desejam sentir fortes emoções. Emoções que as façam rir, chorar, ter fé, esperança, medo, compaixão, submissão, etc. O melhor pregador não é aquele que sabe mais, que tem uma conduta ilibada ou que se preocupe em fazer evoluir o intelecto ou a moral do povo. Pelo contrário, o melhor pregador é aquele que tem a melhor presença de palco e sabe manipular as emoções das pessoas fazendo com que elas alcancem aquilo que elas projetaram inconscientemente ao saírem de suas casas. Os crentes desavisados chamam isso de “unção divina”, porém qualquer um pode ter essa mesma “unção”, estudando comportamento humano, prestando atenção nos fatos ou pagando algum cursinho de teatro de 3 meses de duração. Para cada palavra dita em quanto você prega, olhe nos olhos ou na postura de quem ouve seu discurso e veja como elas reagem e uma cachoeira de “unção” descerá sobre ti. Se você aprender a dizer as palavras na intensidade certa e gesticular na hora certa vão achar que o próprio Deus desceu naquele manto, digo terra, quer dizer, lugar...Caras e bocas, pulos, sapateados, rodopios...cada pessoa tem um nível de linguagem e cada uma delas respondem sob estímulos diferentes. Acrescente a isso, um fundo musical melancólico, uma temperatura ambiente ideal, uma luz ajustada com as cores das paredes, e crie seu próprio figurino (turbante, roupa de mendigo, vestes judaicas) e as emoções dos ouvintes ficarão à flor da pele. Conclusão pessoal do ouvinte: Deus estar nesse lugar! Conclusão do pregador: Deus me usou! Conclusão do “dono” da igreja: $$$$$$$$$$ (lucros sem fim)...

Não há uma pessoa igual a outra em todos os aspectos em nenhum lugar do mundo nesses 7,3 bilhões de pessoas diferentes. Todos nascemos em famílias diferentes, em épocas diferentes, sob condições diferentes e por isso sentimos de modo diferente, sem falar das condições climáticas e alimentícias que afetam a produção ou inibições de hormônios que afetarão nosso estado de humor, e consequentemente nossas emoções e percepção do mundo ao redor. A fé, por si só tem um poder fabuloso de provocar reações químicas no corpo de um fiel, que parece fazer travar o raciocínio lógico, fazendo com que esse cometa coisas naquele momento, que possivelmente irá se arrepender no futuro, ou não faria se não estivesse sob efeito coletivo de manipulação.

Sendo assim, não há pessoas iguais, mas há pessoas que compartilham os mesmo gostos e por isso moram ou se unem em instituições para tornarem ainda maior e mais viva suas crenças. Há ainda os que se sentem felizes em produzir algum tipo de discurso religioso, por que sabem que outros ficarão felizes em consumir aquele discurso. Então um produz um discurso fantástico, para provocar nos outros emoções fantásticas. Então cria-se o círculo vicioso de discurso-emoção-reação-ficção. Não são apenas as “ervas do poder” que causam efeito alucinante, viciante e entorpecente ou que causam dependência química hormonal ou que levam pessoas as mais diversas loucuras. Um discurso bem proferido tem um poder muito maior que LSD, ou a mais poderosa droga alucinógena. Hitler, Mussolini, Mal Tse Tung, Alexandre, Júlio Cesar e tantos ouros, descobriram ainda que acidentalmente o poder dessa arma.

Há pessoas que sentem prazer quando lhes estimulam o medo, por isso gostam de frequentar igrejas que falem muito em inferno, em maldições, ou de pregadores paranoicos que dizem ver diabo em tudo o tempo todo. Como em um parque de diversões, uma pessoa sente prazer em ser assustada no trem fantasma, ou em brinquedos perigosos, pessoas assim, praticamente pagam para serem assombrados pelos seus líderes. Fim do mundo, Volta de Jesus, Pecadores nas mão de um Deus irado, Deus vai te pegar, Você é um Miserável pecador, são os temas de discursos que essas pessoas mais gostam de ouvir. Elas se sentem bem (mal) ouvindo isso por que ocultamente sentem prazer em seres ameaçadas. Se os pregadores cobram dízimo, trizimo, tudo, não importa! É como se o líder, ajudasse essa pessoa a ter um “orgasmo espiritual” cada vez que aquele fiel senta naqueles bancos, ou adquire seu material para ouvir. Como todo profissional deve ser remunerado pelos seus serviços, o pobre pregador “inocente” só estar ganhando pra estimular nas pessoas, aquilo que elas gostam de ouvir! Como não? Só existe uma linha de produção se houver uma linha de consumo! Alimente os “consumidores” com outros produtos mais saudáveis que os consumidores não gostam e sua linha de produção doentia vai a falência. Se queres ficar rico e deixar os outros pobres, “venda” o que eles querem consumir (um grande apresentador televisivo também já falou isso publicamente.

Do mesmo modo, aqueles que gostam de pular, rodar, sapatear, cair e fazer maluquices faz com que o que prega, sinta prazer em saber que muitos irão corresponder as suas incitações de loucura. Tente fazer uma pessoa desse tipo parar o seu transe espiritual e seria o mesmo que separar um casal a poucos segundos do clímax sexual. Você vai causar revolta, frustação, e possivelmente esse fiel necessitará de algum “viagra” espiritual para se sentir seguro na próxima vez que for entrar no “manto”. Já tentou lidar com crianças hiperativas? Você só consegue prender a atenção delas, se as puserem em algo que gere movimento e coordenação motora. É difícil prender a atenção delas por mais de 5 minutos com coisas estáticas e paradas. Assim também adeptos do “re-te-te”, deixam extravasar seu EU interior quando entram nesse estado de transe. Uns incorporam uma entidade com voz cavernosa e assustadora e dizem “eu sou Deus e te digo...”, outros incorporam lagartixas e saem a rastejar, outros uivam, outros dão socos no ar, fazem aviãozinho, lutam Karatê, e alguns homens com tendência homo afetiva aproveitam e “soltam a franga” nessas oportunidades tentando abraçar e beijar outros homens nesse estado de transe pra dizer que estava “cheio do espirito” igualzinho quando alguém do tipo bebe apenas um copo de cerveja sem álcool, tem o mesmo comportamento e diz que foi a cerveja. Pois é...Dizem que o “espirito” trabalha como quer, faz o que quer e usar quem quiser. Quem sou eu pra duvidar? Aliás, nesse texto eu apenas relato os fatos sob outra perspectiva. Não criei as histórias nem derramei as unções sobre ninguém. Quem frequenta as igrejas veem isso todo dia, apenas não se dão conta disso por esse ângulo de abordagem.

Assim também existe aqueles que gostam de se imaginar num futuro alegre, no paraíso com cordeirinhos e tudo mais. Então procuram igrejas ou pregadores que falem de céu, arrebatamento e coisas do tipo. Os que são afeiçoados por status pessoal e bens materiais, irão procurar igrejas do tipo da prosperidade, pois apesar de essas pessoas doarem toda sua renda aos seus líderes, estes se imaginam milionários no futuro. Como vão ficar ricos dando tudo a quem não precisa ninguém sabe, pois de onde se tira que não se bota falta, mas na cabeça destes de onde se tira que não se bota rende mais. Vá entender...

Os que tem mania de adoecer ou veem na doença uma forma de ter atenção dos outros, vivem a inventar dores para serem curados todo dia, e quando não tem dores, os pregadores dizem que elas estão doentes, eles “incorporam” a doença, e vão à frente receber oração todo dia para serem curadas. Há pessoas com mais de 30 anos em igrejas, que todo dia vão a frente e assumem estar curadas naquele instante, para no outro dia vir pedir oração pelo mesmo problema do dia anterior. Já pensou? Do mesmo modo que uma pessoa passa 20 anos nas igrejas da prosperidade comprando bugigangas ungidas e continuam sendo pobres, sendo que cada bugiganga vendida, afirma ser aquela que resolverá todos os seus problemas financeiros e mesmo assim lançam outros produtos diariamente. Deve ser defeito de fabricação ou falta de fé de quem adquire os produtos! Vá entender a mente humana... Quando vejo essas igrejas lançando novos amuletos da sorte a cada dia para serem vendidas aos seus fiéis, me lembro dos canais de TV que passam propaganda diária, lançando cada dia um novo produto, que diz ser a solução final pra X ou Y problema em sua vida. Depois que você compra, lançam um modelo que dizer melhor pra você descartar o anterior e comprar outro novo e no final, todo o meio ambiente sofre com a produção desnecessária e excessiva de produtos que podem ser descartados a toque de recolher.

As pessoas sentem prazer, pelos mais diferentes estímulos. Alguns são estímulos externos como propagandas que os fazem desejar algo, e outros por estímulos internos como carência afetiva, excesso ou falta de determinado hormônio etc.. Há quem se delicie tomando manga com leite. Outros porém, morrem só em pensar de fazer essa combinação. Há quem se sinta realizado sendo um humilde lavador de banheiros públicos. Outros, nem sendo dono da metade do mundo se sentiria feliz. Há os que se satisfazem com pouco, e outros que tem tudo e consideram não ter nada.

Tudo na vida é feito de relações. Quando não estamos nos relacionando com o meio ambiente, estamos nos relacionando com nós mesmo ou com nosso semelhante. Sempre procuramos o que nos dar prazer, ou evitamos o que nos causa dor. Em outras palavras, procurando sensações e emoções. Nada de errado nisso, a não ser no fato de operamos quase que o tempo inteiro no inconsciente e não perceber que manipulamos ou somos manipuláveis por essas emoções o tempo inteiro.

Pra quem já ouviu ou leu a série de livros chamados 50 Tons vai perceber de maneira leve, que existem outras formas de sentir prazer numa relação sexual, que não seja aquela bem romântica, prenunciada por luz de velas, e palavras bem adocicadas por pessoas que se amam. Diferente disso, esse livro retrata a realidade, de pessoas que só conseguem se excitar, sendo maltratadas, humilhadas, violentadas e desmoralizadas durante o sexo. Algo bizarro eu diria (minha opinião pessoal). Algo divino, diria os que praticam esse ato.

Comparo alguns tipos de crenças religiosas com esse tipo de excitação. Em todos os cantos do planeta onde se reverencie algum tipo de divindade imaterial e tenha um representante físico, veremos líderes que humilham seus liderados, os pões pra trabalhar de graça enquanto eles não fazem nada, abusam sexualmente dos filhos ou esposas desses, cobram altas somas em dinheiro desses fieis através das mais variadas campanhas, denigrem sua imagem dentro ou fora do grupo para parecerem ainda mais santos e te ameaçam com inferno e maldiçoes toda vez que alguém quer se erguer e se libertar de suas garras opressoras ou quando desejam denunciar os abusos sofridos. Mesmo assim, apesar de sofrerem tantos abusos, alguns fiéis defenderão de unhas e dentes a imagem desse líder. Eu chamo isso de “masoquismo espiritual”. Me parece que essas pessoas só conseguem sentir prazer em “servir a Deus” quando são humilhadas, ofendidas e vivem sob o chicote do seu “dominador”. Pelo menos, a bizarrice de uma relação sexual sadomasoquista acontece às escondidas, e quando acaba, guarda-se os brinquedos de tortura para serem usados somente em outra ocasião. Diferente disso, “dominadores” nesse tipo de liderança religiosa, te oprimem e te humilham em público, vigiam seus passos, quer saber o que você come, veste, com quem conversa, que livro você ler, e se por acaso descobrir que você estar pesquisando sobre conteúdos contrários ao que eles consideram como verdade, seu nível de tortura aumenta. Qualquer “traição” de sua parte em buscar a verdade, eles te lançam pragas e diz a todos os demais que o diabo vai te pegar logo logo, ou que Deus vai te trazer volta num anzol pelos queixos pra provar que ele é Deus. Xiiiii...

Quem ja foi de igrejas evangélicas tradicionais, até o fim da década de 90, sabia que o culto de santa ceia nessas igrejas, era só “porrada”. Líderes religiosos literalmente, trancavam as pessoas dentro das igrejas para humilha-las, espanca-las, tortura-las e as pessoas tinha de dizer em alto e bom som “fala mais Jesus!”, “glória a Deus!”, “manda fogo Jeová!”...as lágrimas corriam no canto dos olhos, principalmente das irmãs, que até um shampoo que usasse para desembaraçar os cabelos, ou se depilassem as pernas eram metralhadas nesse dia de “santidade ao senhor”. Agora sabe o que acontecia com pessoas de fora da igreja que dizia que os lideres abusavam de sua autoridade? Os próprios crentes defendiam as lideranças, e agrediam tais pessoas e diziam que tudo que o seu líder dizia era pra o próprio bem delas, para que estas não fossem condenadas no dia do arrebatamento e que mais valia a pena “sofrer com Jesus” do que ser viver feliz e ser condenada no mundo...Que vergonha (ou alívio) sente hoje aquele que se livrou desses grupos, quando lembram que um dia teve de se sujeitar a tais coisas por não conhecer a si próprio.

Essa relação masoquista, existe até os dias de hoje em algumas igrejas. Algumas intensificaram ainda mais seu grau de “santidade”, levando crentes a se sentirem mal e culpadas simplesmente por tomarem um refrigerante qualquer devido a essa marca de agua gaseificada e aromatiza estar associado ao demônio. Ah, como eu gostaria de ver missionários cristão cultos, intelectuais, que falam mais de 5 idiomas, que conhecem tantas culturas e vão morrer de graça em países mulçumanos apenas para serem chamados de mártires depois pelos seus conterrâneos, como eu gostaria que eles se infiltrassem em igrejas como essas, e “corrompessem” o sistema operacional dessas igrejas e libertassem as pessoas do seu cativeiro. Quem me dera um dia saber que os milhões de reais recolhidos para serem gastos em campanhas lá fora, fossem usadas para salvar pessoas aqui dentro mesmo, das mãos de ditadores e facínoras transvestidos de homens de Deus que fazem das igrejas currais, de modo que forçam o gado mal alimentados darem cada vez mais leite, couro, lã e crias. Pena que textos como esses jamais chegam a esse tipo de gente que sofre, pois são proibidas de ler qualquer tipo de literatura que não seja guiada pelo grupo. Pena que o amor de Deus no coração dos missionários cristãos, só se manifesta para que eles morram decapitados lá fora, tentando tirar alguém do islamismo para o cristianismo (sem sucesso).

As causas que levam um praticante de alpinismo a arriscar sua vida escalando o monte Evereste, são as mesmas que levam mergulhadores a mergulhar nas profundezas dos mares com tubarões e que também fazem pessoas se espancarem numa luta de MMA e até mesmo de pessoas estarem quietas em suas casas, assistindo novela ou lendo um livro. Prazer, seria o elo, entre todos estes. O que é doloroso pra uns, é prazeroso pra outros. A maioria das pessoas fazem o que fazem, pois desenvolveram ainda que inconscientemente, algum tipo de prazer pelo que fazem.

Tirando os casos em que somos coagidos ou ludibriados a fazer o que não queremos, todos nós vivemos numa vida desenfreada em busca de prazer. Quando não achamos em volta a nossa disposição optamos por estimulantes, como álcool, fumo, e entorpecentes.

Não estou dizendo que seja errado sentir prazer ou que devamos fugir dele. Estou apenas tentando mostrar como nosso sistema operacional funciona. O cara que “descobriu” a lei da gravidade, não a inventou. Antes dele constatar essa lei, as coisas caiam, depois de sua constatação qual quer objeto deixado ao ar, entrará em queda livre se for mais pesado que o ar. Sua constatação apenas mudou nossa percepção das coisas, e não o fato em si.

Não acredito que eu seja o primeiro a fazer essa constatação e nem tão pouco serei o último, mas possa ser que eu seja o primeiro a jogar uma luz ao que estar lendo nesse momento, dando início a uma série de buscas, e fazendo com que o que ler tire suas próprias conclusões depois, assim como eu fiz.

Todos somos viciados em fortes emoções. Se peixe morre pela boca, humanos são fisgados pela falta de policiamento de suas emoções.

Mesmo antes do pão e circo romano, já havia táticas usadas para entreter o povo enquanto os lideres os deixavam cada vez mais escravos e miseráveis, em todas as culturas conhecidas havia sempre algum tipo de rito litúrgico ou festival coletivo, que servia para fazer transcender as almas das pessoas, nem que fosse por alguns minutos. Fazia com que um escravo, jubilasse ao ver outro escravo se digladiar até a morte em busca de alguns títulos que para nada serviam. Numa cidade com 50 mil dominadores e 500 mil escravos, os escravos por meio desses entretenimentos, castigos e recompensas nem se davam contam que estavam em maioria, e que poderiam usar suas habilidades de luta para lutar contra os opressores e não entre si. Diga que uma pessoa será melhor e mais honrada que outra, e elas farão coisas absurdas contra seus semelhantes e não contra o que está manipulando sua perspectiva de mundo. Fazem isso todo dia com agente. Mudou apenas a forma de castigo e recompensa, mas a escravidão é a mesma. Nos iludem com títulos honoríficos, universitários, com status sociais em grandes empresas, e nos fazem competir entre nós mesmos, quando poderíamos lutar pela nossa liberdade. Sistemas políticos, financeiros, religiosos, educacionais e militares, todos conspiram nesse âmbito. Só não ver quem não quer. Não nos ensinaram a somar forças para o bem comum, nos ensinam o tempo todo a competir e diminuir o outro para que nos sintamos grandes. Ensinam a esmagar um grupo ou seus ideais, para esconder o que de pior não queremos ver em nós mesmos.

Se você realmente gosta de alguém, você gosta pelo que a pessoa é, e não pelo que ela faz por ti apenas ou pelos títulos que ela possua. Se você é a favor do bem coletivo, jamais deve jurar fidelidade absoluta a ninguém e a nenhum grupo, pois é tendencioso do lider ou do grupo inteiro, depois de certos tempos, por mais puros que sejam seus ideais iniciais, mudar totalmente no futuro depois que a “glória” subir a cabeça. Há mais fidelidade naquele que renega o louco e o desposta, do que naquele que trai a si próprio e o bem estar coletivo para não ser chamado de infiel.

Se você realmente quer ser uma benção, um servo de Deus, uma pessoa proveitosa e que traga algum tipo de proveito ou evolução social, você deve ter cuidado: eles podem usar suas emoções contra você mesmo, fazendo com que você se distancie de seus objetivos, forçando você servir a interesses particulares, disfarçado de interesses coletivos. Se Deus existe, ele não pode ser controlado por liderança religiosa nenhuma.

Se deus existe, ama, ou criou as pessoas, isso incluiria todas as pessoas e não um grupinho de meia dúzia que se acham salvos e torcem pra que os demais sejam condenados se não se juntarem a ele na loucura coletiva e abandono da razão. Todo líder que diz amar alguém, mas tem como prioridade o nome, a imagem ou as tradições religiosas do seu grupo, merecem estar sob observação constante e infinita pois vão fazer besteira a qualquer momento. A história comprova, que o que mais matou na história das religiões, foi o zelo pelas tradições dos grupos e a ganancia dos líderes em querer cada vez mais. Tradições é como comprar mercadoria com marca falsificada. Basta criar e colar uma etiqueta igual a verdadeira e as pessoas pagam caro por um produto que não terá a mesma serventia ou durabilidade da marca original. Ligue as várias emissoras de TVs e vejam como se comportam os grandes tele evangelistas, e me digam se por acaso eles desejam o bem coletivo social, ou a propagação de sua marca e domínio. Se me disseres que estão ali por que amam ao povo e querem fazer a obra de Deus, com todo respeito, você precisa de um tratamento psicológico ou a leitura de vários livros, inclusive da própria bíblia.

Se Deus existe e é real, me recuso a acreditar que ele tenha revelado seus segredos a apenas uma pessoa, que tenha dado o domínio de nossas vidas a homens cruéis e vis, que tenha seus representantes em elevada estima, e que precise de dinheiro, adoração, ou qualquer tipo de sacrifício para estar alegre conosco ou nos recompensar. Qualquer ideia de particularidade para um Deus universal e criador de todas as coisas já anula por si só essa mesma crença de Ser universal e amoroso. Não existe universalidade na particularidade ou seletividade. Ou todos as pessoas são igualmente iguais. Ou todos os deuses são diferentemente diferentes e não há em nenhum deles amor, justiça, ou bondade nenhuma. Que eles briguem entre si, se aniquilem entre si, e o que for melhor entre eles, quem sabe, nós o reverenciarmos. Há quem diga que um entre eles, já venceu todos os outros, mas ao mesmo tempo dizem que só há um, e mesmo assim insistem em dizer que o diabo, mesmo sem ser Deus atrapalha seus planos todo dia na vida dos servos de Deus. Quanta confusão. Vá entender...

Só haverá um paraíso nessa terra ou em outra dimensão, quando pelo menos 50% da atenção, reverencia e respeito que damos aos deuses que de nada precisam de nós e de tudo são fartos, for direcionada ao meros mortais. Nesse dia, nossas emoções estarão equilibradas e com certeza seremos menos manipuláveis e livres.

*Antônio F. Bispo é Bacharel em Teologia, Estudante de Religião em Filosofia e Capelão Ev. Sem vínculo com denominações religiosas desde 2013.

Texto escrito em 24/2/17

Ferreira Bispo
Enviado por Ferreira Bispo em 24/02/2017
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