A insustentável preocupação das minorias

 
Uma coisa é certa, esta coisa de politicamente correto, já deu o que tinha que dar e saturou o bom senso. Muita coisa se pleiteou e muitas foram ridicularizadas usando esta expressão para justificar ideias e conceitos estapafúrdios.

Agora, a bola da vez são as marchinhas de carnaval, que estão no alvo de alguns grupos, que se dizem atingidos pelo apelo depreciativo e sexista das composições musicais. Entre elas: Olha a cabeleireira do Zezé, Indío quer apito e Maria Sapatão.

Eu não gosto de carnaval e nem me disponho a ir à desfiles de escolas e blocos carnavalescos, mas uma coisa que causa indignação é ver certos grupos tentando sobrepor seus pretensos "direitos" em cima de outros, por motivos desconexos com a realidade e fora do contexto a que se detém o tema, de exclusão e aceitação em grupos.


Veja bem, já houve tempo em que conseguiram, baseados em “estudos comportamentais”, mudar a letra da música infantil - Atirei o pau no gato – sob alegação de que esta provocaria ou suscitaria uma agressividade contra os animais, e então, tornou-se uma cantiga inadequada, mas claro sem o apelo da” violência”, que digamos é um assunto complexo e heterodoxo. Sabemos que a violência intrínseca independe de uma canção para que possa se manifestar; casos de violência contra a mulher e a crianças e idosos, já são recorrentes em nossa sociedade e aumentaram muito quer seja pela falta de estrutura familiar, dificuldade de socialização ou mesmo a certeza da impunidade.

Um tempo atrás a crucificada foi a atriz Fernanda Torres, que postou um texto que para ela era muito natural, devido a época que viveu, e como viveu, mas foi criticada duramente, pelas feministas de plantão e seus séquitos de mentes ociosas, alegando que o texto era preconceituoso e sexista. Oras vejam só! Não se pode falar nada e nem expor suas vivências, mesmo tenha sido algo facilitador no desenvolvimento, porque agora é motivo de guerra de teclas e dislikes para todos os lados.


Não entendo por que essas minorias que se dizem tão perseguidas, não retalham ou fazem manifestação contra o Funk e suas letras absurdas e cheias de palavrões e coisas que denigrem a mulher, ofendem idosos e maculam a imagem das crianças? Por que será? Talvez porque o Funk seja um produto oriundo da pobreza e da classe minoritária, e ganha status de voz dos excluídos contra a classe, que dizem ser dominante, será isto?

Bom, o que sei é que está cada vez mais chato de se aturar essas minorias e suas reivindicações, no embalo de partidos políticos que veem nestas reivindicações, oportunidades para se manterem atuando no sistema, favorecendo sua aparição nas mídias, e ganhando assim, uma aura de lutadores dos direitos humanos em sua essência.

Convivo com pessoas homossexuais e de vários tipos de raças e credos, e ninguém se sente ofendido ao ouvir uma piada ou ouvir uma das músicas de carnaval, supracitada, então percebo que estes grupos se auto-representam e não os membros de determinada opção e/ou orientação sexual, ou cor de pele. Creio sim que as pessoas devem defender aquilo que é justo e correto para formar uma sociedade digna; o respeito para com o outro é vital e no seu embrião familiar, já dá dicas do que será manifestado na vida adulta, em pensamentos e ações, não menosprezando o meio social, mas daí, atropelar o direito da maioria, embasando seus argumentos em tão frágeis análises e opiniões, já é um disparate sem fim.


Ademais, sinto muito que a sociedade caminhe para tal desfecho de insanidade e falta de perspectiva, pois o que estas demandas querem é tornar tudo um caso do sistema contra poucos, e assim sempre ficarem no cadafalso da histriônica representação de vítima.

 

 
Lia Fátima
Enviado por Lia Fátima em 07/02/2017
Reeditado em 25/10/2018
Código do texto: T5905074
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