VALORES HUMANOS, DESUMANOS. ONDE ESTÁ A RAZÃO?

Desculpe-me se hoje as palavras fogem, é que me encontro em desassossego, o passado, o presente, e ou até mesmo o futuro me assombram, não aguento tamanha desolação, tamanha desordem, tamanha falta de respeito nesta corja desumana que ocupa a presidência de nosso país. Esta praga que vem se alastrando e se apossando dos direitos humanos e de toda a economia pública, se apossando de nossa saúde e de nossos dias aos quais nem sossego ou repouso temos mais; a TV traz para o brasileiro o desfalecimento, a injúria, o repúdio, a vontade de partir, de buscar horizontes distantes onde a corrupção, os valores humanos e carnais também existem porém, seu desvelamento não é tão notório, grotesco e esmagador; fim de semana, já não tem mais aquela ceia simples com sabor de domingo e sossego na casa do pobre, já não tem mais a família reunida em torno do fogão à lenha batendo papo enquanto a comida fica pronta; hoje o pobre batalha de segunda a segunda pra colocar comida na mesa e à noite perde sono preocupado com contas para pagar ou até mesmo fazendo atividades extras, freelancers ou outros serviços irregulares para dar conta de suas despesas, além de acabar com o rombo causado na previdência e na economia do nosso país por meio de todo imposto pago a cada pão francês comprado logo cedo para o café, ou também a cada pacote de polvilho comprado para fazer “mentira” pela manhã para enganar o estômago enquanto madruga para trabalhar.

Os seres humanos com suas ambições desenfreadas e toda avidez em possuir acabam por não possuírem nem a si mesmos, querem lucrar cada vez mais e constroem viadutos com metade do dinheiro destinado a ele, não trazendo com isto o mínimo de segurança que o mesmo deveria ter, constroem cidades de maneira desordenada, sem escoamento de água, sem planejamento, e sem estrutura física para aguentar uma chuviscada, deixando a população vivenciar sempre os mesmos transtornos com alagamentos, enxurradas que tomam conta das ruas, além de pessoas ilhadas em suas casas; Pior ainda, é pensar nas pessoas, sejam elas pobres, classe média ou ricas, que por safadeza, insolência e desrespeito ao próximo e a natureza saem jogando lixo nos rios, nas ruas de forma a entupir bueiros e causar tantos acidentes e desastres nas grandes capitais.

A chuva vem na sua naturalidade como todo ano; ela existe desde o princípio, desde muito antes de cogitarem a minha, a sua, ou a existência de qualquer outra pessoa, cidade, monumento histórico ou cultural; a chuva não e a vilã da história e sim a vítima, mais um fragmento, um dom da natureza a sofrer com o descuido e com a rudez humana que adora culpar o próximo pela sua imprudência, pelo seu descaso e irresponsabilidade. A chuva cai e segue seu curso, mas infelizmente se depara com a desprezível ambição humana e com a soberba e ignorância reinando a um nível acima do racional, transpassando qualquer sensibilidade que o fizesse enxergar a magia advinda da chuva acima de seu egocentrismo.

Estamos sim em estado de calamidade, estamos também vivenciando um momento, crítico e catastrófico na história do Brasil, e não só, como também no mundo, mas não seria a chuva ou os fenômenos cataclísmicos os responsáveis, e sim a obsessão humana pelo poder, a intolerância em todos os níveis, classes e divisões da humanidade, e a má conduta com relação á distribuição de renda, a educação e diversos outros fatores aqui não mencionados.

Fomos criados para sermos as maravilhas do mundo e estamos, no entanto, sendo o vírus, a peste que se auto destrói, que se consome e que sozinha se leva a extinção, todavia não por falta de pessoas, afinal mesmo que as classes menos favorecidas ou vítimas de preconceito se dissipem, existirão ainda muitas das favorecidas que estarão no mundo, contudo não haverá mais planeta, visto que a ganância já o terá destruído e com isto restarão apenas seres, perdidos em um espaço-tempo que não se pode dar nome, em um espaço fora do universo ao qual não se pode chamar de mundo, nem mesmo de casa, onde não se e paraíso e também não há portões que te leve a ele.