Sobram palavras...

Quando os olhos se encontram, Sobram palavras! Eles se entendem, como se mil línguas falassem! E silenciosamente se abraçam em perfeita comunhão de almas! O que mais pode-se dizer, se todas as palavras não podem descrever o que um dia se fez sentir. Mas entendi, entendi que sobram palavras quando se escrevem poemas, aqueles que não sabem ou não conhecem o amor, poesias, as palavras as vezes são desnecessárias quando o silêncio fala por si, quando o amor têm um coração ardil, as palavras são desnecessárias quando do alto da montanha gritamos com a distância a ser ouvidos, sobram as palavras, quando recitamos um eu te amo para ouvidos que se tornam surdos. Sobram palavras para dizer eu te amo, mas para dizer eu te amo, não precisamos de palavras. Do amanhecer a madrugada, sobram as palavras para descrever a miséria e a infelicidade de não ser capaz de ver o que se procura e deseja, como um cão vadio anseia por sobras, desejamos piedosamente anseios para conseguir ver os objetivos de propôr para mudar um pedaço do mundo, para as pessoas se unirem e não separar ... isso e muito mais. Sobram palavras quando falam olhares em uma linguagem de faíscas, brilhos iluminados, erupção de um silêncio emocionante... Sobram palavras se o amor se foi, em meu discurso emocional ossificado perdido no esqueleto labiríntico da poesia, mas as palavras não têm sentido, quando olha-se fixamente, quando luta-se fortemente, com carícias tentando renascer em um beijo omitido. Sobram palavras para dizer eu te amo, sem sobrar alegria para cumprir o que se diz, sobram esperanças para agir, quando agir pode mudar tudo, sobram beijos e carícias para definir o improvável viver de esperanças, sobram existir quando se percebe que não se existe sem ser, sobram versos felizes quando não se descobre o universo em si, sobram flores quando se percebe o perfume da alma, sobram delírios e palavras quando a dor é grande, os olhos falam e o coração queima. Sobram palavras, quando palavras não são necessárias para descrever cada gesto num olhar vazio de atos dissolvidos. Sobram palavras e carícias em um amor doentio que domina roubando a respiração quando o corpo tem apenas prazer e gemidos. O prazer de ter antes de curvar-se a cada segundo no ato que parece torturar e o corpo gosta de estar inteiramente, mas a alma quer ouvir que se quer, as palavras falham, porque há apenas um desejar...

Vil Becker
Enviado por Vil Becker em 12/12/2016
Reeditado em 12/12/2016
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