Reflexões de uma madrugada

Olhe ao seu redor. O que você vê? Um, dois, três, todos muito iguais.

A senhora faz o jantar para seus filhos e dois deles brigam entre si em busca da resposta de seus problemas. Resposta que jamais existira.

Você não se sente cansado? Deslocado? Enojado de saber que é só mais um em meio a tantos outros.

Você trabalha e gasta sua vida sem abrir seus olhos e quando abre percebe que ainda está tendo o pior de seus sonhos. E você morre. E qual a graça de morrer sabendo que será esquecido daqui exatamente alguns poucos insignificantes anos?

Você pensa em desistir também, tantas vezes seguidas. Tantas crises existenciais, tantas vezes que você não se jogou da janela mas mesmo assim sentiu o solo duro e a dor da queda.

Talvez você esteja melhorando dessa depressão que pesa seus pulmões e os enche de água, fazendo você morrer asfixiado... aos poucos e lentamente.

Seria necessário abandonar tudo e tentar tudo de novo?

É necessário que reflita consigo mesmo e descubra que a estrada apareceu na sua frente, como um flash de memória.

A vida é assim, feita de memórias. Que pulam de um lado para o outro, como você pedindo carona na estrada que surpreendentemente apareceu na sua frente. Sem sentido nenhum. A estrada vai melhorar, eu prometo, e os seus buracos serão cobertos. Os seus e os da estrada.

Despedaça e remodela todos seus pensamentos, e vê que a vida é mais do que simplesmente viver.