UMBERT ECO CONTINUA A SER AUTENTICADO POR BLOGUEIROS.

Falei sobre Guimarães Rosa e festejos ocorrentes com minha mulher, pois nada nunca se falou do grande José Lins do Rego, citado no texto enviado por amigo virtual que vai abaixo. Adonias, citado, conheci ainda novo quando fiz palestra de direito autoral no MEC, Rio de Janeiro. Regionalismos e memorialistas, muitos se espalham nesse Brasil grande, outro que ninguém fala com o devido merecimento é o fantástico Pedro Nava. Mas é a consideração humana, esquecimento e festejos fazem parte da cena humana. Guimarães, meio perdido, ao começo, talvez assim direcionado, consegue, por construção de enredo e talento, ao curso do "Sertão", salvar as ideias sobre tudo que se fala desde tanto do mundo surgido, emoções em geral, e após o introito "perdido", como pretendido, organiza suas ideias. Inicialmente Riobaldo explana a desconexão sobre suas ansiedades diante da vida. Questões filosóficas convencionais, Deus e o diabo. De onde vim para onde vou? Porém, Riobaldo é confuso. Quelemén de Góis resgata a linearidade razoável em pensar.É um neologista acatado, ganhou esse galardão, um vidente, tendo como testemunho a morte antevista pela ansiedade extremada.

Assunto. VERDADE DA INTERNET SEMPRE CORROBORADA. RECEBO DE UM GRANDE AMIGO VIRTUAL, BERNARDO GONTIER O EMAIL ABAIXO, QUE TRANSCREVO PARTE.

"Sempre um grande texto, Celso, gratíssimo pelo envio. Agora, acho que a imbecilidade está saindo um tanto da web....

Abaixo, segue o resultado de uma pesquisa muito interessante, feita no campo da intelectualidade, BR de 1920 a 1960. O autor se chama Daniel Fernandes. Abraço.

"Depois de dois anos fuçando jornais velhos, descobri que, no Brasil, dos anos 20 até o início da década de 60:

(1) A classe letrada lia Chesterton, Mauriac, Bernanos, Julien Green, Paul Claudel, Bloy, Rilke, Pirandello, Paul Valery, Camus, Berdiaev, René Guenón, Dostoievski, Racine, Somerset Maugham, André Gide, Gabriel Marcel, Louis Lavelle, René Le Senne, Reginald Garrigou Lagrange, Fulton Sheen, Huizinga, Ortega, Jacob Burckhardt, Julien Benda, Jean Cocteau, Thomas Mann, Miguel Torga, Proust, T.S.Eliot, Maeterlinck, Juan Ramón Jiménez, Benedetto Croce, Whitehead, Charles Morgan e Grahan Greene;

(2) No mesmo jornal, era possível encontrar "feras" como Ascendino Leite, Augusto Frederico Schmidt, Brito Broca, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, Cyro do Anjos, Clarice Lispector, Gilberto Freyre, José Lins do Rego, Jorge de Lima, José Geraldo Vieira, Josué Montello, Otto Maria Carpeaux, Paulo Ronái e Vicente Ferreira da Silva;

(3) No "A Manhã", você encontrava: Adonias Filho, Alcântara Silveira, Alceu Amoroso Lima, Alphonsus Guimarães, Aníbal Machado, Ascendino Leite, Augusto Frederico Schmidt, Augusto Meyer, Breno Accioly, Berdiaev (russo), Cassiano Ricardo, Cecília Meireles, Cyro dos Anjos, Clarice Lispector, Mário Quintana, Ledo Ivo, José Geraldo Vieira, Jorge de Lima, Guerreiro Ramos, Lúcio Cardoso, Manuel Bandeira, Marques Rebelo, Octávio de Faria, Murilo Mendes, Otto Maria Carpeaux, Rosário Fusco, Tasso da Silveira e Vicente Ferreira da Silva;

(4) No "Tribuna da Imprensa", você lia Carlos Lacerda, Gustavo Corção, François Mauriac, Fulton Sheen, João Camilo de Oliveira Torres, Gladstone Chaves de Melo, Octávio Tarquínio de Sousa, Alfredo Lage, Alceu Amoroso Lima, Ștefan Baciu, Raymond Aaron e Daniel Rops;

(5) No "Suplemento Literário do Estado de São Paulo", Villén Flusser, João Gaspar Simões (que era português), Antônio Carlos Villaça e Ruy Afonso da Costa Nunes;

(6) No "Correio da Manhã", o encontro era com Walter Lippman, Gilberto Freyre, Raquel de Queiroz, Sérgio Buarque de Holanda, Sérgio Milliet, Câmara Cascudo, Francisco de Assis Barbosa, Álvaro Lins, André Malraux, Genolino Amado, Augusto Frederico Schmidt e Peregrino Júnior;

(7) Havia uma intelectualidade vibrante em torno do Centro Dom Vital, criado pelo Jackson de Figueiredo. Figuras como Alceu, Alfredo Lage, Oscar Mendes, Hamilton Nogueira, Jonathas Serrano, Perilo Gomes, Maurílio Penido e Leonel Franca;

(8) A intelectualidade católica se destacava nas Letras: Alceu Amoroso Lima, Álvaro Lins, Otto Maria Carpeaux, Alcântara Machado, Jorge de Lima, Paulo Setúbal, Tasso da Silveira, Augusto Frederico Schmidt, Cornélio Pena, Lúcio Cardoso, Gustavo Corção, Cassiano Ricardo, Plínio Salgado, José Américo de Almeida, José Lins do Rêgo, Andrade Muricy, Murilo Mendes, Octávio de Faria, José Geraldo Vieira, Alphonsus de Guimarães Filho, Peregrino Júnior, Carlos Lacerda, Carolina Nabuco, Adalgisa Nery, Lúcia Benedetti, Henriqueta Lisboa, Roberto Alvim Correia, Antônio Calado, Mário de Andrade, Adonias Filho, Osman Lins, Gladstone Chaves de Mello, Ariano Suassuna e Nelson Rodrigues. Na teologia e na filosofia: padre Leonel Franca, Alexandre Correia, padre Teixeira Leite Penido, frei Boaventura, padre Ávila. Na história e no jornalismo: Felício dos Santos, Perilo Gomes, Oliveira Viana, Hamilton Nogueira, João Camilo de Oliveira Torres, Pedro Calmon, Hélio Viana, Edgard da Mata Machado, Fernando Carneiro, Heráclito Sobral Pinto, Hildebrando Accioly, Affonso Pena Júnior, Alfredo Valadão, Hélio Tornaghi, Francisco Mangabeira, Celestino Basílio, Altino Arantes.

Depois, um imenso asteróide vermelho atingiu o Brasil. O asteróide contaminou o país, levando os sobreviventes a um estado de embrutecimento, loucura e alienação."

(Daniel Fernandes)

Hoje, tirando os veículos de pessoas consagradas, articulistas de renome, rotulados de blogues seus espaços, ganha cada vez mais corpo a verdade do semiólogo dita antes de sua morte, a imbecilidade em blogues, que repriso por evidente autenticação da permanência da realidade abordada,bate como sinos insistentes no descabimento, impropriedade e irracionalidades. Está difícil a não serem livros seletivos ler alguma coisa que preste. A porta aberta pela internet infestou de lixo o ato de escrever sem filtros. Mas, felizmente, os leitores são nenhum,nada, ou meia dúzia de iguais,mas a janela está lá como referiu Umberto Eco, para "qualquer um". Desensina, faz desaprender, massifica o erro, infelizmente.

"Umberto Eco humanizou a literatura. O filósofo e grande mestre da semiótica, conhecido porém fartamente como escritor de ponta.

Disse em conferência em Paris que escritores deviam fazer uma revolução na política, porém afirmava que não conseguem “mudar o mundo”. Pudessem escritores de boas ideias mudarem o mundo, não estaríamos, faz milênios, na mesma estrada de desencontros. E não precisamos de escritores, Cristo nada escreveu, bastaria seu ensinamento.

"Número Zero", seu último livro, publicado no ano passado, abre uma janela sobre o jornalismo em seus costumes e abrangência.

Fazia jornalismo em inúmeros jornais europeus e americanos.

Sendo figura importante e principal teórico europeu de semiótica, causou polêmica sua realística manifestação sobre a “imbecilidade” na internet. Um grande mestre na comunicação, na arte da semiótica, incomodou por falar a verdade. Para quem qualquer manifestação de linguagem verbal e visual merece atenção, resulta definitiva a posição induvidosa que não passa a mão na cabeça de tolices. A respeito disse Ancelmo Gois, colunista de O Globo, ao noticiar sua morte, que:"O autor de " O Nome da Rosa" foi certeiro quando disse que "as redes sociais deram voz a legião de imbecis". E Zuenir Ventura, mesmo jornal, falando sobre o grande semiólogo acrescenta:" Não foi por preconceito contra novidades que Eco criticou a internet ao dar a palavra a uma "legião de imbecis". Ele podia exagerar, mas sabia das coisas."

E não é inverdade que hoje todos podem falar tudo com alguma repercussão, mas somente na internet repercutem imbecilidades. Chame-se a repercussão de publicidade mínima, mas ocorre.

Quem ousaria contestar o grande mestre, somente um tolo qualquer, um imbecil de rede ou blogueiro, como disse da internet. E alguns imbecis assim se portaram, autenticando a fala do filósofo.

Umberto Eco pontificava da amplitude de sua observação semiótica, que não recusava dizer o óbvio, embora qualquer míope veja esse adjetivo por ele usado habitar a internet.

Direito de contestar é livre, autoridade para contestar é outra coisa.

Umberto Eco, professor, conferencista e Mestre Universitário das mais nomeadas academias mundiais, americanas e europeias, notadamente na Itália, em Milão e Florença. No reverenciado Colégio de França, era recebido como Mestre maior, local onde leccionam os mais sufragados catedráticos do mundo inteiro.

Perde o mundo a leveza de pensar e dizer a verdade sem medo, para ser humano.

CADA VEZ MAIS A "LEGIÃO DE IMBECIS" DE QUE NOS FALOU ECO SE CONFIRMA. FELIZMENTE SÃO VOZES SEM VOZ.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 20/11/2017
Reeditado em 20/11/2017
Código do texto: T6177439
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