No rastro do Arrastão

Na exata data de 14/11/17, em que o grupo dos Amigos de Pitangui completava o seu terceiro ano de criação, como plataforma de comunicação, o Arrastão, que já passou da maioridade reunia-se, excepcionalmente no Bar do Pardau - sic - para mais uma amistosa e celebrativa tarde noite de seus pares, como sói acontecer quase toda terça feira desde que Cesar Caldas, Arthur Bernardes, Márcio Fagundes e mais uns outros cujo registro me escapa agora fundaram essa verdadeira instituição da amizade brâmane - pra maioria dos que optam pela Brahma, no lugar das muitas outras loiralternativas, sem querer, claro, diminuir a negra Caracu - que vem desafiando os tempos, as intempéries e outras adversidades. Inclusive as domésticas, se é que as há, houve, ou haverá.

E a noite de ontem foi tão amena e descontraída que a dúzia e meia de arrastânicos que comparaceu ao encontro mal ligou para uma tevê

estrategicamente ligada transmitia o amistoso entre o Brasil e a Inglaterra, que acabou num enfadonho zero a zero. E de fato, havia melhor coisa para se fazer. A loira, de hábito evangélida, o tira-gosto correto e a descontração era total.

O Pardau, assim popularizado, oferece a surpresa de, internamente, ter uma placa inscrita Bar Amarelinho. Tento fazer a associação entre os dois nomes é não consigo. Ir tirar a água do joelho junto ao barrancão atrás do estabelecimento é bem mais fácil. E necessário.

Sem ter meio de nomear todos os presentes, que são, de regra, frequentadores habituais do Arrastão, cumpre assinalar que o corpo médico da cidade esteve muito bem representado, com 3 ilustres presenças no encontro: King Arthur, Rogério e João Bosco. Risco de vida por coma alcoólico ali não corríamos, a não ser que fossem eles a se embriagarem primeiro.

Verdadeiro e sempre presente trator diante dos acepipes, João da EMATER justificou bem, e mais uma vez, a sua fama de bom de copo e sobretudo de garfo. Mais metódico nos hábitos alimentares, o assíduo Oscar manteve a classe do diálogo, ou pelo menos tentou, mas foi amplamente derrotado e desacorçoado pela loquacidade voluptuosa do Doutor João Bosco. Tentei intervir, mas foi - e será sempre - debalde.

O intrépido herdeiro das qualidades hollywoodianas de seu progenitor, José John Wayne Chaves é imbatível e inabordável quando detém o auto-microfone, e não o cede nem que a vaca tussa. Mas continua sendo, in pectore, o insuperável animador de nossa noitadas.

Faltou-nos um terceiro João. Aliás, não mais João, mas sim, Clark Diniz, amigo polemizador-mor de todos que, talvez não tenha achado graça em deixar seu refúgio das águias pelo humilde ninho do Pardau.

E muito mais leve foi nosso fardo, com a presença costumeira do Antônio, sempre espirituoso no trato fidalgo com os amigos e mais que sempre estrepitoso nas suas gargalhadas. Dimas, também habitué dos encontros, não apresentou o Perfil costumeiro, ele que é dado ao trato com as panelas e responsável pela ala fumante e pela contabilidade final. É na sede do Arrastão que ele se sente mais em casa, esse férreo companheiro-serralheiro que se faz acompanhar de sua entourage.

Ausência notada, mas plenamente justificada, foi a de Márcio Fagundes, fazendo-se anfitrião de sua fazenda cheia de hóspedes pro feriadão. Outro ausente, o da Bia, Zé Maria. Rumores, não comprovados, davam conta de que ele estava comandando o terço dos homens e não iria trocar a bênção benfazeja pela profana cerveja. Um Bila, Tassinho, deu-nos a honra de sua presença bissexta, prometendo, contudo, ser mais regular, pois qualquer iniciativa pitangueira sem um Bila no meio é fadada a fracasso feio...Pelo lado jurídico passou, não mais que de passagem, mas com anedotária bagagem o grande Fernando, causídico sempre no comando.

O clã Valério, cujo sinônimo mais conhecido é o futebol, representou-se nas figuras notarial de Renato, e enciclopédica de Nenete, cujo nome de pia, para quem não sabe, é Ângelo. Repassando sua vitoriosa trajetória de mais de meio século com a pelota, Nenete, a meu pedido, escalou, de forma didática e explicitada, o que seria a seleção dos sonhos dos atletas pitanguienses. Modestamente, não se incluiu nessa constelação estelar. Mas isso seria assunto para uma tese acadêmica. E para outra rodada de cerveja.

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 15/11/2017
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