O Peru entra?

Gente del cielo! Se achamos que o brasileiro é fanático por futebol, é que, pra comparação, mal conhecemos La Blanquiroja, ou seja a Alvi-rubra, que é como se apoda carinhosamente, ou muitas vezes amaldiçoadamente, a seleção peruana de futebol. Uma paixão enlouquecedora.

E se temos razões, ou pelo menos, ilusões, para celebrar nossa efeméride nacional da Proclamação da República os nossos vizinhos andinos que hoje, em todo sentido, pegam no duro, tê-las-ão de sobra que dobra amanhã, para curtirem classificação para o Mundial da Rússia, caso passem hoje pela Nova Zelândia, na definição da repescagem.

A imprensa peruana é toda blanquiroja hoje, mas o gozo feriadal de amanhã, e pelos dias que virão, depende de um resultado positivo contra os antípodas neozelandeses, após um empate de zero a zero na semana passada em Wellington, a capital daquele remoto país insular, onde esporte mais popular é de longe, e bote longe nisso, o tal rugby, em que são de fato, direito e tradição todo-poderosos mesmo. O futebol para eles lá, quase passa desapercebido, mas de repente, uma zebra, pode bem levá-los à Rússia, ao invés do Peru.

E assim, em Lima, tudo é blanquirojo hoje. A apuração de escândalos como o da Odebrecht que ameaça mandar políticos daquele país para a cadeia, e cadeia mesmo, ou os apuros em que vive Keiko, a herdeira política de Alberto Fujimori, tornam-se fichinha, pé-de-página diante da emergência del Deporte-Sol, Su Excelencia, el Fútbol.

Históricamente tivemos embates memoráveis com o Peru ao longo de décadas. E pelo menos em duas dessas ocasiões, em que a vitória nos sorriu, e que os peruanos reconheceram a superioridade do adversário, canarinho, a quem chamam respeitosamente de El Scratch, o grande Didi se viu envolvido. A primeira, nas eliminatórias de 1958, selamos nossa classificação em Lima, com um gol dele em prélio dificílimo. E dali partimos para aquela consagradora trajetória na Suécia. Já na segunda ocasião, o Brasil enfrentou o Peru nas quartas de finais, na Copa de 70 no México. Y otra vez, brillo el Scratch amarillo, con la victoria de un 4 X 2, sobre el equipo entonces comandado por el Maestro Didi. Un partidazo, pero teníamos el Rey, y su Príncipe Tostão...

E se apesar de toda a expectativa de hoje, de repente, o Peru não entra? Hagan sus apuestas, señores...Los Andes van a tremblar...

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 15/11/2017
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