Carta para Rosita
Se tem algo que gosto de fazer é cultivar amizades. E na minha concepção a ver
dadeira amizade não tem sexo. Já tive oportunidade de escrever no pensamento “Geradas pelo Coração” que uma relação saudável nem sempre é fruto de um formalidade, mas é gerada sim de forma espontânea pelo coração.
E essa pessoa da qual irei me referir é fruto sim dessa espontaneidade. Como já comentei em outros textos, o meu primeiro emprego de carteira assinada foi na Viação Águia branca que é localizada na cidade de Timóteo em Minas Gerais.
Lembro como se fosse hoje, era o primeiro dia do mês de Setembro de 1979. Eu estava todo eufórico, por que finalmente minha carteira havia sido assinada e cheio de sonhos eu estava. Sem falar da expectativa de conhecer novos ambientes, novos amigos e foi assim, nessa querida empresa, que eu conheci Rosalina Inácia de Faria.
Rosa entrou na empresa 15 meses mais tarde, no dia 09 de Dezembro de 1980. Eu trabalhava como auxiliar no escritório fazendo o movimento diário dos trocadores e a minha amiga iria trabalhar na cantina da empresa. Era ela que servia nosso delicioso cafezinho e como era divertido quando o relógio sinalizava 9 ou 15 horas, horários que a gente parava pra tomar um café reforçado. Como era imensamente salutar esses momentos, era só o povo ajuntar na cantina para que as piadas e histórias surgissem, e as vezes apareciam umas do Arco-da-velha. Ocasionalmente algumas amigas da Rosa iam lá visita-las e os homens do escritório ficavam num só alvoroço doidinhos para conhecê-las. Eu ficava esperando a poeira baixar, e discretamente lá ia o Gilson no afã de conhecer suas amigas.
Aos que dizem que não existe amizade entre homem e mulher, eu quero vos dizer que estão profundamente enganados, é possível muito bem existir essa relação entre ambos, basta apenas colocar o desconfiômetro para funcionar. Sempre tivemos muito afeto um com o outro, mas o respeito sempre prevaleceu, prova disso que 37 anos passaram e a nossa amizade prevalece firme e forte.
Você lembra Rosita quando dava hora do almoço e eu ia lá fora ficar corujando as meninas que iam para o Limoeiro, e um belo dia uma falou contigo que eu era igual Jacaré, que só ficava observando de longe, mas chegar mesmo que era bom nada, rs. Como a gente era tão inocente e cheio de sonhos.
Por acaso você recorda que alguns domingos eu costumava ir de trocador para a lagoa do Bispo, só pra ficar no meio do agito, da mulherada. A gente ganhava tão pouco, mas como era divertido. É com muita alegria que lembro desses belos tempos que não voltam mais.
Depois de um certo tempo fomos transferidos para Ipatinga, tanto eu como você, só que agora as nossas façanhas seriam realizadas com o Adnelson, Gilvan, Adão, Gandher, Luizinho, Cristiano, Fátima sua irmã que era recepcionista e o saudoso José Florentino da Silveira, nesse último algo que faltava nele era modéstia, mas mesmo assim era muito divertido, rs.
E a Istael, como vai, tudo bem, tem tido notícias dela? Lembra quando a Euzilene ainda menininha ia lá pra sua casa, e a gente ficava brincando com ela, pois a mesma tinha um cabelão grandão parecendo uma bonequinha e depois ficou aquele mulherão. A gente ficava sentado na escada da porta da sua casa ou no banquinho que tinha em frente e ali a gente ficava bisbilhotando o povo que subia e descia a ladeira, rs.
E quantas vezes ficamos zuando a Betinha dizendo que o Antônio, aquele do Melo Viana sabe, estava afim dela. A sua irmã ficava toda empolgada quando falava nele.
Outra cousa que lembro com muita satisfação, era quando íamos na casa das suas primas lá no morro. Uma vez ou outra pintava uma festinha que era bem animada e ficávamos até tardão da noite.
E a Maria Marta tem como esquecer dela. Sua mãe era um barato, era muito gente boa. Lembra como ela ficava pegando no meu pé, dizendo que eu era devagar, que a mulherada caia matando em cima de mim e que eu nada fazia. Ficava falando que eu tinha que ser mais esperto, mais atitude. O povo falava muito do Morro do Carmo, mas quando tive a oportunidade de conhecer aquele bairro, o que vi foi pessoas dóceis, amáveis, risonhas, alegres. Viu como fiquei frequentador de carteirinha do seu bairro.
E o Quinzinho e o Robson, pessoas finíssimas, só tinha um problema, quando tomavam um mé ai ninguém mais falava, eles tomavam conta do pedaço. Mas o bom de tudo, que eles quando bebiam não ficavam nervosos, muito pelo contrário, ficavam alegres e risonhos.
Lembra minha amiga o que aconteceu naquele 28 de Setembro, foi o dia que fomos naquele aniversário em Capoeirana. Recorda que foi eu, você, Gandher e quem ia conosco dentro do carro, a Edilene; foi lá que tive a oportunidade de conversar com ela pela primeira vez e ali tudo começou, tinha uma quinta pessoa que no momento não estou lembrando quem era. Como aquele dia poderia não ficar marcado em minha mente, aconteceu de tudo. No decorrer da viagem o carro deu defeito em plena chuva e escuridão, e todos tiveram que sair pra empurrar o carro na lama. Quando chegamos lá, fomos tirar o barro e trocarmos de roupas, por que estávamos todos encharcados. 
Depois que todos se agasalharam, encheram suas barriguinhas, agora era hora da gente espiar a festa, fazer aquela vistoria ao redor da casa, e grande foi a nossa surpresa quando passamos perto do Opala, e o mesmo continuava sendo protagonista da noite, agora não com defeito, mas sacolejando pra baixo e pra cima, com certeza era o Gandher divertindo com alguma coroa, mas em consideração a prima não falarei quem é, rs.
O bom de tudo isso, que os anos passaram, eu já viajei para vários locais e a nossa amizade continua perdurando. Que Deus abençoe sempre Rosa a sua vida, onde quer que você esteja que ele esteja sempre guiando, guardando e protegendo você e toda a sua família.
Simplesmente Gilson
Enviado por Simplesmente Gilson em 15/11/2017
Reeditado em 17/11/2017
Código do texto: T6172137
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