O ANTICRISTO. DINHEIRO E CARÁTER.

Somente será rico aquele que reparte o que tem, a prosperidade alcançada de alguma forma.

Que não se censure essa prosperidade ou os dinheiros generosos, aqueles que se destinam ao socorro e a ajuda.

O essencial pertence por direito universal à necessidade de todos.

Não retenha, fazendo-o buscas a extinção de uma sobrevivência digna, não se retém o ar respirado, sob pena de morte por asfixia.

Pela ânsia do lucro dos dinheiros contados na usura, o tempo passa com tirania rindo do avaro. Um coitado.

O coração do avarento é de pedra, não sente as agruras de quem precisa de sua ajuda, até seus próximos de sangue, e nem as circunstâncias arrancam de sua alma de pedra o arrependimento eficaz.

O mesquinho esvazia sua mesquinhez na sepultura agoniada que abre para si mesmo na angústia da avidez. Conta seus dias nas masmorras das cifras, encerra sua vida no entesouramento inútil que lhe proporciona solidão, tristeza, depressão e tortura pela falta de amor. Ninguém reverencia sua bondade por inexistente. Se alguma disponibilidade existe concentra-se no fechamento de sua vida por nada mais esperar.

Levanta desse sarcófago imundo anticristo!

O símbolo do anticristo resta cumprido nesse obscuro caráter.

É a força vil onde nada sobra ou sobrou de generosidade. Absolutamente nada, ainda que creia em contrário. Grandeza não nasce de migalha,mas da oxigenação plena da alma, que não conta o que doa ou oferece, mas nada braçadas nas calmas águas da fortuna dividida para os que dela precisavam.

A opulência que seria grandeza e generosidade é visível por degeneração. Não há como escapar desse inferno existencial.

Imerso nos vícios que o rodeiam desde que nasceu, o anticristo para esquecer medos e escolhas assiste sua ruína sem poder reagir. É um vencido, fraco, afundado nos vícios. Vaga no limbo do vícios sustentados.

Distribui parte de tua riqueza se ainda vives, pelos dias corridos, a quem precisa, faça assim ao menos com teus próximos se ainda respira. Não deixe sua vida ser vencida pela avareza dos dinheiros que nunca poderás usufruir e nunca usufruiu nem para si, se ainda vives. Se arrepende por esse amaldiçoado caminho. É a pena por si sentenciada pela escuridão da alma e limitação pela insciência.

Não é dono de valores, de dinheiros, quem os acumula. Escravo castigado é o avarento. É juiz de suas limitações que pune a desordem de sua vida. Juiz-algoz.

O dinheiro faz prisioneiro e encarcera quem o retém, ajuda, engalana, favorece e traz alturas para quem o liberta.

Ofende a si mesmo quem não paga a dignidade da vida.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 27/09/2017
Reeditado em 27/09/2017
Código do texto: T6126197
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