SOMOS CULPADOS?

Somos culpados do que fizemos, principalmente do que não fizemos e precisava ser feito. Para dar um pouco de conforto, o amor da presença, tão necessário e que ilumina os de menos sorte, os doentes, os incapazes, os inválidos, os que precisam do gesto da solidariedade.

Somos culpados por ofender a lei, os padrões de dignidade a que todos devem estar submetidos, preservando igualdades que se alardeiam e são violentadas, não se valendo de apadrinhamentos e vantagens para avançarem injustamente na vida, em cargos e funções galgados, fraudando disputas junto aos órgãos de entidades públicas de todos os meios e formas.

Somos culpados pelo desrespeito com ofensas comissivas e omissivas que fazemos aos que nos cercam em meio a cinismo e insinceridade, negando convicções diversas e posicionamentos legítimos.

Somos culpados pela infelicidade causada aos que nos cercam, e de nós esperavam amor e consideração, zelo e disponibilidade e encontraram violência moral e ameaças.

Somos culpados pela covardia nas atitudes vazias, pela falta de palavra segura que tira e retira.

Somos culpados pela avareza que subtrai o que é nosso, punindo a nós mesmos, contrariando as leis do universo, no arremedo da fraqueza e do medo como pilares de uma vida covarde, mas também e principalmente na subtração do que é dos outros, trazendo sofrimento.

Somos culpados pela culpa negada, que nem redime e muito menos alivia quem pela conduta do culpado caminha sem esperança.

Somos culpados por não substituirmos o que não presta pelo que presta, segundo padrões convencionais, valendo-nos sempre do que não presta, como mal necessário. O mal não é necessário.

Somos culpados pela repetência de nossos defeitos, pelas mentiras como ministério permanente, por enganar os mais enganáveis, por disseminar princípios que contrariam as leis maiores de um juízo universal limpo.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 24/09/2017
Código do texto: T6123787
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