Kiril e o pecado mortal

Kiril era um religioso russo, padre, fora preso, condenado e enviado para um campo de concentração na Sibéria. Lá ainda foi onrigado aos trabalhos forçadose tratado, como os demais presos, como um animal, aliás, os animais, principalmente cavalos e cães, eram muito melhor tratados e alimentados. Mas nem isso abalou a fé de Kiril, ele continuou a fazer suas orações e, em meio aquele inverno e inferno intensos, ainda procurava ajudar e confortar seus companheiros de sofrimentos. Nem por um momento Kiril pôs em dúvida sua fé. Nem por um momento desesperou.

Mas um acontecimento inusitado conseguiu, afinal, abalar sua fê-lo pecar. E pecar de forma grave. Um pecado mortal.Vamos ao episódio: dois dos prisioneiros adoeceram gravemente, um pegou pneumonia aguda e outro foi ferido num acidente na perna e a ferida, caso não fosse tratada, redundaria na gangrena. Os dois estavam necessitando urgentemente de remédios, antibióticos. Kiril sabia disso, entendia do assunto e, mais, sabia que havia eses remédios, inclusive seringa de injeção numa sala de emergência dos oficiais, ele havia tranportado os materiais para aquele local que era vigiado o tempo todo por um soldado muito forte e truclento, armado até os dentes, chamado Boris. Para conseguir os remédios teria que se fazer isso durante o dia porque à noite o local era inexpugnável. Kiril não titubeou, mesmo sabendo que era algo perigoso e de certa forma contrário à religião, resolveu roubar os remédios. Não podia deixar os companheiros morrerem, seria conovente com a morte deles. Era ma espécie de escolha de Sofia.

Ele foi ao local, tentou entrar, despistar Boris, mas não conseguiu, o soldado o repeliu e atracaram-se, Kiril tambem era muito forte, na luta feroz, tentando se livar do facão do soldado, Kiril conseguiu desviá-lo e num golpe o facão foi encravado no adversário que morreu na hora. Imaginem o despero de Kiril, sabia ter cometido um pecado mortal, mas ainda assim pegou os remédios e conseguiu salvar os companheiros. Foi descoberto dias depois e condenado a morte por fuzilamento. Mas quase na hora do fuzilamento chegou uma ordem de perdão, não só perdão, de soltura de Kiril. Sim, devidoa um acordo internacional com o Vaticano e outras po^tências Kiril foi solto e enviado ao Vaticano. Lá, apesar do seu pecado, foi feito Cardeal e.... depois papa.

Tudo bem, trata-se de uma alteração mixuruca do resumo do belo romance de Morris West, "As Sandálias do Vaticano", em cujo teor há um trecho em que o cardeal Kiril ´ e encontrado rezando e chorando, e ingado o porquê por outro cadeal, ele diz que quase matara um soldado para conseguir salvar um cmpanheiro de prisão. A minha pergunta é a seguinte, e se ele houvesse matado? Seria um assassino? Perderia o seu valor? Não seria uma situação limite em que ele nao teria outra alternativa? Não sei, mas sempre pensei nisso, sempre releio o romance. É um dos meus preferidos. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 22/09/2017
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