Parceria
 

 
Em cada grão de areia que pisei ao longo da minha viagem, não passei sem perceber cada detalhe, até do brilho deixado nas folhas me encantei, em cada galho pousei anseios, noutros sonhei. Muitas vezes precisei voar, numa fuga sem volta, pedras em ninguém joguei.

Senti a minha e a sua dor, exultei com a sua e a minha vitória...
Calei algumas verdades bem escondidas, que até poderiam ser convincentes na tentativa de aliviar àquela angústia sem jamais ferir, foi melhor assim, porque tem coisas que não devem ser ditas, outras, tão nossas que não dá para dividir.

Persisti nalgumas falsas suposições.

Assumimos às vezes certas culpas, aceitamos erros, misturamos nossas mãos, vencemos obstáculos, e chegamos aonde pretendíamos chegar.  Como defesa inconsciente, nós sempre sabemos quando temos que recuar.

Não me perdi, antes me encontrei.
Estar ausente de si, e divagar, ponderar, faz encontrar o caminho certo...

Mas, queria ter feito mais, queria ter tido mais tempo para amar melhor, as pessoas que carrego dentro da alma, o tempo que me resta agora é pouco, talvez não dê mais para dizer a cada uma delas, o quanto valeu a pena ter estado, ter convivido, e juntos havermos sido tão felizes ou sofrido sobre o mesmo teto, ainda assim, da vida guardar tantas lindas lembranças.

Sempre pressentimos quando um fim está próximo, no íntimo nós sabemos que durante a nossa vida tão intensa e tão breve, o que nos restou foi  a consciência de;  Havermos sido, tudo o que tinha que ser.
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 21/09/2017
Código do texto: T6120800
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.