DESPEDIDA

Ontem, partiu mais um amigo. Desses que a gente coleciona e guarda com carinho. Amigo desde o tempo em que a vida era um reservatório de possibilidades.

Sempre tentou ser um cidadão correto. Assumindo encargos, além de seu corpo frágil, de suas dificuldades motoras. Foi demais, para ele. Tropeçou e caiu, literalmente, no chão.

Formou-se um edema e um coágulo viajou por suas veias até tornar-se um obstáculo mortal.

Infelizmente, a vida tem muita pressa. Os homens têm de atender a seus compromissos. Não existe tempo para preocupações com os outros, a empatia não é artigo de primeira necessidade.

E a mim resta seguir adiante. Mesmo em meio a meus tropeços, aguardando a hora de transpor as portas da outra dimensão.

Por hora, me resta viver. E lutar!

Ricardo Mainieri
Enviado por Ricardo Mainieri em 14/08/2017
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