DESPEDIDA
Ontem, partiu mais um amigo. Desses que a gente coleciona e guarda com carinho. Amigo desde o tempo em que a vida era um reservatório de possibilidades.
Sempre tentou ser um cidadão correto. Assumindo encargos, além de seu corpo frágil, de suas dificuldades motoras. Foi demais, para ele. Tropeçou e caiu, literalmente, no chão.
Formou-se um edema e um coágulo viajou por suas veias até tornar-se um obstáculo mortal.
Infelizmente, a vida tem muita pressa. Os homens têm de atender a seus compromissos. Não existe tempo para preocupações com os outros, a empatia não é artigo de primeira necessidade.
E a mim resta seguir adiante. Mesmo em meio a meus tropeços, aguardando a hora de transpor as portas da outra dimensão.
Por hora, me resta viver. E lutar!