Qual a cor da bola quadrada?

Vermelho, que parece branco mas é amarelo?

A Federação de Futebol de Botão do Rio de Janeiro teve uma decisão muito polêmica nos últimos dias. Trata-se da mudança na cor do dadinho, a "bola" em formato de cubo utilizada pelos botonistas, praticantes da modalidade.

Já houve o dadinho branco, depois veio o amarelo, aí voltou o branco. Pensou-se no preto, o que foi descartado. Agora, depois de muita discussão e indecisão entre vermelho ou azul, prevaleceu o segundo. Alguns jogadores chegaram a sugerir um de cor verde, que parecesse amarelo mas que fosse, na verdade, laranja, o que não foi adiante.

- Pensamos que um dadinho de cor vermelha fica mais fácil para aparecer nas transmissões audiovisuais, auxiliando, inclusive, em diversas situações de jogo.

Disse um membro da diretoria da instituição.

Fato é que, falando em transmissão, muitas emissoras estão brigando pela concessão dos direitos de exibição de partidas e campeonatos. O Esporte Interativo não quer de jeito nenhum e empurra para a ESPN, que também rejeita e indica a Fox Sports, que nem responde os e-mails, aí sobra para o Sportv, que diz preferir passar o campeonato de bocha da Praça Matriz de Jaboticabal, interior de São Paulo.

Muitos amantes da modalidade entendem que a emissora de tv ideal para transmitir o futebol de mesa seria o SBT. Defendem que o personagem Quico, do seriado Chaves, que tanto almeja uma bola quadrada, seria o garoto propaganda perfeito para o esporte. Porém, Silvio Santos prefere continuar com novelas mexicanas no ar. Emissora concorrente, a Record recusou qualquer conversa por falta de espaço em sua programação, visto que o programa "Fala que eu te Escuto" ocupa diversos horários e paga muito bem por isso.

Botonistas procuraram, então, a Bandeirantes. Disseram que o jogo é ideal para a juventude se ocupar, desenvolver a coordenação motora e o raciocínio com o trabalho manual. A emissora disse que, para isso, melhor passar Emanuelle.

Voltando à polêmica dos dadinhos, quase o esporte ganha ares nobres no início do ano. Um fornecedor ofereceu peças feitas de marfim. Porém, federações, ligas amadoras e jogadores teriam que adotar os elefantes desdentados. Assim, oferta recusada.

Uma outra cartada da federação para com os dadinhos foi mudar o nome do utensílio. Seria rebatizado para "Zé Pequeno", lembrando a fala do personagem em "Cidade de Deus": "Dadinho é o caralho, meu nome é Zé Pequeno", o que traria maior popularidade ao esporte. Além disso, também evitaria piadinhas sem graça do tipo "você tem dado em casa?". No entanto, membros mais conservadores, e com bom senso, preferiram a manutenção da nomenclatura antiga.

Enquanto isso, ainda se aguarda a resposta da Faber Castell sobre a possibilidade de uma coleção com dadinhos coloridos. Nas cores do arco-íris, para a torcida do Fluminense. Vermelho e preto, estilo vela de despacho, para a do Flamengo. Transparente tipo lágrima para os botafoguenses. Cor de bolinho de bacalhau para os vascaínos.