Dória quer transformar a cracolândia em atração turística

Dória quer transformar a cracolândia em atração turística

Quando foi gestor da Embratur nos anos 80, Dória propôs que a caatinga, bioma brasileiro conhecido pela seca, se tornasse um ponto de atração turística. Assim, as famílias lá residentes teriam uma fonte de renda para a sobrevivência.

Porém, antes de o “negócio” realmente dar certo, quantas pessoas passariam necessidade? Provavelmente, muitas, porque Dória pretendia até reduzir o investimento em irrigação para bancar o seu novo programa, logo, como ficaria a agricultura de subsistência?

30 anos depois, hoje, como Prefeito de São Paulo, “João Trabalhador” vem com uma nova ideia igualmente genial: transformar a cracolândia paulistana em atração turística. Com isso, os dependentes químicos deixarão de serem alvos de repulsa da sociedade e violência policial e serão um novo pólo de visitação na Terra da Garoa.

A atividade funcionará de modo bem mais amplo do que a simples visualização, embora safaris estejam no portfólio do programa. Veja abaixo o que consta na atração:

1) O já citado safari: visitantes poderão passar entre os dependentes químicos, carinhosamente chamados de “cracudos”, dentro de carros blindados e protegidos por espessas camadas de vidro na traseira.

2) Pescaria: aproveitando o clima junino, alguns turistas poderão usar varas de pescar com pedras de crack como iscas e se divertirem com os cracudos brigando para alcançá-las.

3) Tiro ao alvo: visitantes também terão a possibilidade de atirar nos dependentes químicos com espingardas munidas de balas de borracha.

4) Olha o gás: aproveitando o sucesso do funk, turistas lançarão bombas com gás lacrimogêneo nos cracudos.

5) Cracudo Go: tal qual o joguinho Pokemon Go, os visitantes usarão um aplicativo para tirar fotos e assim capturar vários cracudos.

Esta é uma obra ficcional e objetiva criticar as ações dos governantes no que diz respeito ao trato com os dependentes químicos.