"CONHECE-TE A TI MESMO"

Existem aqueles que da vida querem atenção. E apenas disso se alimentam. Quando robustas, vomitam um ego inteiro para que lhes sobre espaço para mais vaidade. Em tempos de escassez e estiagem, recolhem-se às suas cavernas imundas. E, à espreita, não vacilam em abocanhar a menor das presas - O que uns chamam de sobrevivência, prefiro encarar como traição. Por isso, é de bom tom que pessoas assim tenham sempre comida à mesa... – Inicialmente, pensei em lhes dar o desprezo. Mas, se assim o fizesse, perderia a chance de vê-los bebericando dos seus cálices de cicuta. Além do mais, a solidão não é crime nem castigo. Por que a empáfia? Acredito que sempre haverá tempo para o reconhecimento do mérito. E foi só por isso que eu esperei. Porém, a resposta não veio. Estamos adoecendo uns aos outros, miseravelmente. Então, não é o mundo que está contaminado? E um anjo me falou de compaixão e verdade. “Viverá o homem de toda palavra que procede da boca de Deus'. Mat. 4:4. Mas, eu nunca serei Santo. Em resposta ao nada encontramos, retumbante, a mesma coisa. E sem diálogo onde reside a graça? Os jardins de todos os meus dias, cheios de flores silvestres, mandam dizer a esses moços que eles devem se fingir de loucos, pois a loucura é pátria da insensatez. A vaidade é outra coisa. Lutar por uma causa perdida é nobre, porém o façam "conhecendo a si mesmos". De hoje em diante, não os alimentei mais. Sustentem essas barrigas prenhes de meninos pidões com as migalhas acumuladas em seus próprios umbigos... – Que Irei morrer em direção ao sol, consciente do meu papel.

Misael Nobrega
Enviado por Misael Nobrega em 15/07/2017
Reeditado em 07/12/2019
Código do texto: T6055382
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.