O meu sombrio lar pt1.

Eu me acolhi no frio. Gélido. O ar entrava com dificuldade em meus pulmões, o coração galopante aquecia o peito com seus  movimentos enfurecidos. A parede atrás de mim parecia ser feita de desespero e o chão de um medo sombrio. Sentia na testa o cabelo grudado o suor que escorria pelo lado do rosto. Ouvi uma voz sem dono  vinda da escuridão, tratei de achar um lugar pra me esconder. Conforme os passos se aproximavam meu corpo se contorcia em baixo da cama. Duas botas sujas de barro entraram no quarto, um assobio doentio me conduzia a um frenesi, voltei a respirar ao ver as botas encharcadas de lama saírem do quarto, mais não tive coragem de sair debaixo da cama. Precisava voltar pra floresta onde me sentia seguro e em paz.

   Ao sair debaixo da cama vi o monstro me esperando ao lado da porta com um objeto afiado nas mãos sem pelos, escamas ou chifres, apenas as brasas no lugar dos olhos pele branca corpo magro dava pra ver os ossos por baixo da pele fina. Deu um passo para trás, e aquela figura horrível continuou ali imóvel me encarando. Correr. Ficar. Porta dos fundos. Escadas. Carro. Floresta. Faca. Os pensamentos desordenados giravam na minha cabeça, me deixando mais assustado. Eu caminhei pra trás tropecei na mesa, derrubei um jarro de flores, me virei e comecei a correr, ao virar só deu tempo de ver o monstro de pele e ossos estender as garras e mostrar os dentes afiados umas quatro fileiras como serras pontudas. Saí pela porta dos fundos, a alguns metros dali uma floresta seca e morta, uma mata doente e escura. O meu sombrio lar.

Phellipe Alves
Enviado por Phellipe Alves em 27/05/2017
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