As mentiras que contei- EC

Dizem que a verdade é a melhor arma, a que machuca menos, a que mata menos.

Às vezes discordo por saber que mesmo sabendo a verdade a mentira continua a dar as cartas, a comandar as cenas no teatro da vida mentirosa.

E aí , as minhas mentiras, ingênuas, cujo teor não prejudica ninguém a não ser a mim que fico com aquela sensação de culpa pra sempre, sem poder revelar depois a verdade que será ainda mais traumatizante, uma perda de credibilidade incrível, de respeito... e as minhas mentiras são condenadas à exaustão se descobertas. Não faltarão juízes. Não faltarão os dedos indicadores na minha direção.

Com todas as mentiras que contei e, não foram muitas, considero-me um bom exemplar humano. Não corrompi ninguém com minhas mentiras, não incentivei ninguém ao erro, mas considero-as uma mancha vergonhosa, que tem seus abrandamentos, mas são manchas, que espero superar numa outra reencarnação, pois está feito, não há como desfazer sem causar um mal maior.

As mentiras que contei são só minhas. Ninguém sabe. São o meu segredo, o que levarei para o túmulo, porque a partir do momento que eu me desabafar deixará de ser meu e se tornará público, terá outros donos que poderão ou não mantê-lo oculto.
Portanto, mentiras que contei um dia na vida não conto a ninguém, de perto ou de longe, falando ou escrevendo. Se são mentiras que fiquem no escuro da mente onde só eu tenha acesso. Ninguém mais.



 Este texto faz parte do Exercício Criativo - Das Mentiras que Contei
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MVA
Enviado por MVA em 22/05/2017
Reeditado em 27/05/2017
Código do texto: T6006187
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