INTELIGÊNCIA E FÉ.

A inteligência é pequena para explicar a vida e imensamente limitada para entender a morte. Por isso essa permanente e abrangente procura.

Nada que ocorre sob o sol foge de uma razão da criação e só a simplicidade que reconhece sua impossibilidade de ir além de intimidados dons pode aceitar com serenidade a passagem que se faz em matéria, embora a despedida seja sempre traumática. É a inevitabilidade.

Não sabemos nós - os que conhecem sua estatura e as variantes humanas - de nada além da fé nas questões transcendentais. Da mesma forma como não conheceram os grandes do pensamento humano, inúmeros de nota e nomeada, aos quais nem de longe nos aproximamos em apreensão.

Não se perde o que não se tem, fique claro, e quem tem a pretensa onisciência sofre sem maiores percepções por falta de avaliação, é o sofrimento por não entender o que não está disponível para si, perseguindo o que não lhe foi dado, sem sedimentação razoável, e isso passa despercebido. É a perda do invisível que se quer visível, mais intensa do que a perda material que está em todos os lugares.

A inteligência que nos foi dada tem limites, e a compreensão, esta sim, necessita ser gigantesca e ilimitada para compreender e alcançar a simplicidade que se despoja da vontade de enxergar o que pensa que vê, mera ilusão. Lembrem-se de São Tomé privilegiado por Cristo, um fato isolado. Cristo era o Filho de Deus. Nem se compare a reencarnação de Cristo com toda a soma incalculável de reencarnações sinalizadas pela mente humana a partir de um criador humano desse credo, cujos restos mortais visitados estão no Père Lachaise em Paris, criação respeitável, como tudo que é legítimo e não invade direitos consagrados.

O voo da águia está nas alturas favorecido, tudo enxergando para refazer o ciclo da natureza na cadeia ambiental. Só ela prevalece. É simples de entender como perceber que a pretensão de saber além da dúvida frequenta abismos e enormes restrições por um simples motivo, a medida de nossa inteligência.

Nenhuma alma superior foi além do que lhe tombava sob os sentidos, aqueles que deixaram para a humanidade grandes escolas. Somente pela fé se vai além. E ela espera tecituras esmeradas.

A raiz que foi terra, átomo fragmentado até a última partícula conhecida, modifica-se para voltar a ser terra com a semente deitada ao solo. O filhote dos grandes animais é antes fragilíssimo até se tornar imbatível como o elefante. Nada deixa de ter sua razão. Até mesmo a fé etérea necessita da razão. A fé é causa e efeito da razão. Um binômio da inteligência.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 19/05/2017
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