A MORTE

A MORTE

(Crônica de Carlos Freitas)

Obviamente, que ao ler o título que dá nome a essa crônica, o leitor arrefecerá o ânimo em continuar na leitura. Bobagem! Por que acovardar-se ante tão cristalina realidade? Confesso que também protelei a criação desse texto... Mas, aí está ele.

Minha visão sobre o tema é assim... A vida, é o sopro divino que nos foi dado graciosamente por Deus. O nosso corpo, é composto por uma estrutura física: cabeça, tronco e membros. Nosso cérebro, compara-se a um HD de altíssimo QI, que contém milhões de programas, os quais, regem harmoniosamente todas as funções, ações e reações. O Coração, é o órgão vital que comanda o funcionamento dessa fantástica máquina da Criação: O Homem!

Abstratamente, outros elementos integram esse misterioso universo do corpo, quais sejam: O Espírito, a Alma e... A MORTE!

À partir do instante em que se anuncia a geração de uma nova vida no útero materno, como mágica, será disparado na decrescente o Cronômetro Digital Virtual Corpóreo. Ele, conterá o tempo de Vida que a Morte estará nos dando, de forma concreta, secreta, inescrutável, inviolável, implacável, infalível, inegociável, insensível, irreversível e irrefutável. Não existirão questões pontuais como sorte, azar ou fatalidade, que mudem a rota desse cronômetro rumo ao zero. Cumprir – se - a o que está escrito!

A Morte é tão inescrupulosa e nefasta, que pode se manifestar segundos depois de se anunciar entre choros e alegrias, a geração de uma nova vida, ainda no útero, transformando o júbilo em dor, e lágrimas inconsoláveis. Deixa-nos perplexos e estupefatos quando na ocorrência de grandes tragédias e catástrofes. O cenário de destruição, nos faz acreditar não ter restado viva alma, porém, para incredulidade coletiva, o resgate acaba encontrando vidas! Às vezes, com inacreditáveis leves arranhões. Lembram-se do cronômetro? Para esses não chegara o tempo do desenlace. Ainda tinham créditos de vida!

Recordam-se da dantesca recente tragédia aérea, com a equipe de Futebol da Chapecoense na Colômbia, e do seu goleiro titular Danilo, que foi salvo dos escombros? Foi breve a comemoração pela vida. Friamente, teve seu cronometro zerado ainda no hospital.

Num contra senso total, alguns parceiros de equipe, resgatados horas depois, em péssimas condições clínicas e físicas, quando já não havia esperança de vida, contrariando toda a lógica daquele tétrico cenário de morte, sobreviveram. Pode-se dizer com ressalvas, que já voltaram às suas rotinas caseiras e profissionais. Para surpresa geral, e deles próprios, o cronometro de cada um continuava ativo. Não chegara ainda ao segundo final.

Impiedosa, a Morte não vê as condições físicas, mentais ou de saúde, de cada um que habita. Não importa se sadios ou mutilados, lúcidos ou loucos, alegres ou tristes, felizes ou desventurados, bem ou malsucedidos, pobres ou ricos, brancos ou negros, cegos, surdos ou mudos, sociabilizados ou marginalizados. Se fascinam pela beleza, ou repulsam pela feiura, ou, o quanto vivam de sofrimento ou prazer.

Ainda que vegetem, que padeçam as dores do Inferno, que sofram necessidades, que sejam párias, que vivam nababescamente, ou que tenham uma vida desgraçada!... Nada disso importa para a Morte.

Se, foram programados para viver até os 90, 100 anos, ou mais... Assim será.

Para os inúmeros, violentos e estúpidos desenlaces que presenciamos no dia a dia, digo que são mitos, frases que ouvimos como: Estava no lugar errado, na hora errada. Jamais saberemos quando, onde e como, será o nosso derradeiro suspiro ou segundo.

Enquanto houver vida, que a vivamos na sua plenitude e com intensidade! Que tenhamos muitos amigos, pois, sem eles somos nada!

Riamos mais, amemos mais, sejamos mais verdadeiros. Mais honestos, mais filhos, mais pais, mais avós. Menos ranzinzas, mais alegres e espiritualizados. Menos materialistas. Menos pedra... Mais espelho!

Somente um Homem em toda a história da Humanidade, superou a maldição da Morte. Jesus Cristo!!! Ao terceiro dia da crucificação... Ressuscitou. Subiu aos céus, onde está à direita de Deus Pai, velando por nós.

A cada dia, escreva a página do Livro da sua vida, como se fosse a última, porque essa, certamente não será escrita por você!

Carlos Freitas

(18.04.2017)

Carlos Freitas
Enviado por Carlos Freitas em 27/04/2017
Reeditado em 03/06/2019
Código do texto: T5983030
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