Ó p e r a

Sempre fui avesso a ouvir óperas. Era tocar uma e eu dava no pé, corria, fugia, ficava tremendo mais que vara verde. Boteiisso no Jornal de Arcoverde ha alguns anos atrás, alguns, minto, deve fazer uns 20 anos. Uma conterrânea minha leu a minha maltraçada e, no número seguinte do jornal, explicou o motivo da minha aversão às óperas. Acertou na mosca. Ela disse que essa minha reação se devia ao fato de que, no passado, quando morria alguem na cidade o anúncio fúnebre feito no Serviçode Alto-Falantes Bandeirante (antecessor das nossas rádios) tinham como música de fundo óperas. Detalhe: e as óperas mais famosas. Então nao só eu, mas varias pessoas da nossa geração ficaram com alergia, rejeição e aversão às óperas.

Não sei se em outras cidades usavam as óperas para anúncios fúnebres. Mas em Arcoverde usavam eisso me fez passar um tempão evitando ouvir esse tipo de música.

Graças a Deus - e a explicação da conterrânea - racionalizei e consegui acabar com ese trauma. Hoje ouço embevecido certas óperas, mas de vez em qando, confesso, me elembro dos anúncios fúnebres e desligo. Trauma é fogo, a gente nunca esquece.Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 23/04/2017
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