Sobre o medo de perder

Era uma sexta-feira à noite, daquelas que a gente não quer nem levantar do sofá para ir à cozinha beber água. Os gritos na rua mexeram com meu sossego e resolvi sair para ver o que acontecia.

Lá estava ele com o rosto ensanguentado, sua esposa gritando desesperadamente e, pela quarta vez, fui tomada pelo medo, o medo só em pensar que eu poderia perde-lo.

Eu não o perdi quando rompemos o namoro naquele sábado de março de 2009, mas quase o perdi naquele acidente um pouco antes. Não o perdi quando, após nos dar uma segunda chance, permiti que ele viajasse, mesmo sabendo que poderia ser um fim definitivo, mas quase o perdi para aquela pneumonia. Não o perdi quando recusei a proposta de “casamento” ou quando ele voltou de viagem, há quase três anos, e eu recusei o pedido para que recomeçássemos nossa história, mas, pela segunda vez, eu o ia perdendo para aquela pneumonia.

Por fim, eu não o perdi quando ele decidiu casar-se e ser feliz, mas eu quase o perdi naquela sexta-feira à noite, praticamente em frente à minha casa. (Deus não seria capaz de permitir que fosse dessa forma!).

E como me dói esse medo de te perder, rapaz!

O fato de não “te ter”, como outrora tive, não significa ter te perdido. Ainda te tenho nas minhas melhores lembranças de um amor inocente, aquela inocência bonita de um primeiro amor. E mesmo não te tendo comigo, eu te tenho na certeza do reencontro repentino, seja aqui na rua, onde você mora ou mesmo em festas. Como bem diz Os Nonatos: o nosso reencontro é inevitável! Mas é esse medo de te perder de vista, para sempre, que me assusta.

Renaly Mendonça
Enviado por Renaly Mendonça em 22/04/2017
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