Viagem de cabotagem

Na marinha quando se faz uma viagem em que o navio só se afasta da terra até de onde se pode ver o continente, die-se ser uma viagem de cabotagem. Para que haja um entendimento de onde pretendo chegar, diríamos que o navio está sendo conduzido por pessoas ainda inexperientes e que a visão do continente o orienta ao mesmo tempo em que transmite sensação de segurança.

Transportando isso para qualquer um de nós que se aventura a falar de algo que não domina, precisa, como diria minha vó Dazina, não ir tanto ao mar nem tão pouco tanto a terra.

Não importa se isso será dito numa página séria ou no face book, tanto faz, visto que está em jogo nossa credibilidade. Quem adota a errada prática do sou contra ou sou a favor radicalmente, não se dar ao direito de raciocinar e termina por soltar um monte de abobrinhas coloridas. Tirando fora o futebol onde quanto mais se goza o time adversário mais gostoso fica, qualquer outro assunto requer equilíbrio para merecer credibilidade. Nada nem ninguém é só ruim ou só bom. Quer ver: nada é mais seboso que o sebo, mas é com ele que se faz sabão; o veneno da cobra mata, mas é com ele que se fábrica o antídoto ao veneno; o espinho fura, mas é ele que protege a flor e por aí vai. Portanto: Se não sabe o que vai dizer, fique de boca fechada. Se não sabe escrever com isenção, não escreva. Se não entende de nada, estude para mudar o quadro.

Comece devagar fazendo suas viagem de cabotagem antes de se aventurar em alto mar.

Poeta lelces Xavier
Enviado por Poeta lelces Xavier em 22/03/2017
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