Visitante

Abençoada seja essa minha esperança, presente nas coisas mais improváveis da minha "rotina de feriados", e digo feriados, porque são apenas neles que ela acontece, nos outros dias não, espero muito pouco da vida. Um telefonema/mensagem, o resto eu ando deixando ao Deus dará, porque estou evitando passar em frente ao processo todo da minha vida, e deixar apenas as coisas fluírem da forma que deve ser, se é que existe forma certa para tais acontecimentos entrarem nos eixos e a coisa andar. Mas, em feriado não, eu espero em vez de mensagem ou ligação, visita mesmo, não digo que aprendi a ter certas manias há uns 5 anos, porque essas coisas não se aprende, é brinde da vida, zombaria, quando se espera demais é aí que nada acontece, mesmo assim faço. E no fim, como se eu adivinhasse que depois de todo esse ritual que preparo, que no fim nada acontecerá, apesar de tudo, me fantasio, e não digo isso ao pé da letra, no sentido mais firme da palavra por ser carnaval, mas eu me enfeito de ilusão, e danço em devaneios, preparando todo o terreno esperando à hora que a visita chegará. Arrumo mil coisas para fazermos assim que se aproxima o encontro, que brevemente sei que não acontecerá, me tomo por um pouco de ansiedade e uma alegria alucinada, que se faz em mim de propósito, quase me levando ao centro do ridículo. Entretanto, dessa vez houve uma anunciação, eu juro, você vinha, vinha, a até agora nada. Não fiz todo o auê sem ter ao que me agarrar, não, teve o ponta pé inicial, o talvez, e só, o resto todo eu que previ. E nada aconteceu após isso, mas escrevo e olho o relógio, pode ser agora que nos encontraremos, sou capaz de ir até para a rua dar uma olhada, para ver você dobrando a esquina. Mato quem inventou a esperança um dia, ou espero aprender como se usa esse treco, porque não estou sabendo.

Anny Ferraz
Enviado por Anny Ferraz em 25/02/2017
Reeditado em 26/02/2017
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