Narrativa de uma manhã comum.

Eu me encontrava sentado naquele ponto de ônibus,era uma manhã da qual eu poderia chamá-la de uma palavra acima de mórbida,porém não me recordo agora...Na minha visão ainda adormecida as pessoas se fundiam umas as outras e para mim rostos,feições entre outras características eram insignificantes;todos apresentavam olhares distantes,voltados cada um para si,apenas olhares rápidos entre estranhos que logo retornavam ao que estavam fazendo automaticamente.Uma chuva fina e fria pairava nos nossos rostos,era a causa de um ajuntamento abaixo de um teto,afim de que todos se protegessem daquelas gotículas incômodas,olhei para aquela ação inconsciente coletiva,estava me sentindo num filme triste melancólico francês,desses que tem uma narrativa em primeira pessoa um tanto reflexiva e taciturna.São em partes como essa do dia que me sinto um Sr. Ninguém,minhas reflexões descartáveis chegariam num produto máximo final que eu estava ali apenas compondo um cenário comum dos dias afins onde o homem comum é mero figurante do curso coletivo,fazendo de seus feitos uma construção para a mesma cena batida,e diante de tantos mundos individuais que se esbarravam transeuntes.

Esse mundo é uma máquina mórbida.

Torquatto
Enviado por Torquatto em 24/02/2017
Código do texto: T5922704
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.