Endurecer sem perder a ternura

Eu já falei sobre a grandeza do perdão, de quem o pede e sobretudo quem o dá. Mas essa semana estava eu pensando no caminho de antes, o da decepção. Decepção, aquela tristeza ou frustração ocasionada por um desapontamento.

Ao passo que tal desilusão diminui até um amor, somos obrigados a conviver com uma elasticidade de sentimentos. Constantemente vemos pessoas crescerem e diminuírem diante dos olhos e somos jogados a constatação do quão difícil é compreender toda a profundidade entre a esperança e o desengano.

Temos talvez, a mania de acreditar que as pessoas agirão da mesma maneira que nós agiríamos. E essa é uma das mais dolorosas falhas humanas. E por sermos humanos, algumas feridas ficam abertas e identificamos sentido naquele poema sobre cristais que se quebram.

Quem sabe o coração humano seja ainda mais frágil que esse cristal poetizado. Alguns. Não todos. Mas são esses os capazes de continuar. Quando deixares de sangrar, terás deixado de viver.

Sejamos disciplinados com nossas expectativas, mas não deixemos que a falha do outro danifique a nossa esperança.

“Você tem que saber que não é invulnerável,

que vão te fazer a corte e os cortes,

nunca as suturas.”

L.F.L.

*Textos de Quinta - Para fugir da responsabilidade.

Um a cada quinta. Não é promessa, é desejo =)

Marília de Dirceu
Enviado por Marília de Dirceu em 23/02/2017
Código do texto: T5921473
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