Talvez

“As palavras estão mais distantes de mim nessas últimas semanas e uma lesão se formou nos meus pensamentos vagos, porém, ainda, sensivelmente poéticos...

O dia a dia cansativo, a rotina, o cachorro do vizinho, o barulho da rua, o movimento interno e a badalada do relógio continuam me lembrando que amanhã é outro dia e momento de sair do casulo.

Talvez quando o outono chegar eu me renda aos encantos do voo mais longo por asas mais elásticas e viçosas; ao sabor do vento.

Talvez amanhã eu não diga mais talvez e só uma cicatriz fique como aprendizado no lugar dessa lesão que sangrou meu verão de sonhos...”

Simone Resende_________