Nunca se desafia uma fraqueza sem se pagar um preço. A arte de sustentar o equívoco sempre termina em vício. Temos a onipotência de crermos ser superiores a algo que nos faça mal. Entenda-se e respeite-se o alcoolista ou o viciado em drogas que conte os dias, os meses e os anos em que se encontra sem usar o álcool ou substâncias psicoativas outras como a cocaína ou até a maconha, sem esquecer a nicotina tão viciante para muitos fumantes. Afora vícios de comportamentos, mais reconhecidos como manias do que vícios, desde o transtorno obsessivo compulsivo ao maníaco inofensivo em relação aos outros ou criminoso. Talvez o mais grave para a facilitação do vício seja a atitude corajosa de desafiar uma fraqueza.
Coragem mais comumente conduz ao equívoco do que a prudência, que não deve ser confundida com o medo, na urdidura de uma compreensão do que possamos ter condições de chamar de bom senso, tão inerente aos homens (entenda-se aqui seres humanos) excepcionais.
Quando não há mais o que pensar ou questionar em relação ao equívoco, reconhecido em si mesmo como equívoco, embora se mantenha presente é porque se instalou o vício. Não há adicto ao álcool ou outras drogas que em algum momento não se questione em relação aos malefícios do que ingere ou usa. Exceto o psicopata, não há maníaco minimamente sem resíduos de conflito em relação à tara que o move. Seja pelo mal que causa a si ou pela dificuldade que a mania traz para o relacionamento com os outros.
Sabemos nos afastar de uma pessoa ruim para nós com mais facilidade do que frequentemente conseguimos nos afastar de algo nocivo que seja praticado por nós mesmos, quando se vê instalada uma fraqueza. Então se contamos os dias à espera de uma alegria, por que não contarmos também o tempo conseguido de afastamento de uma fraqueza, que por existir eventualmente em cada um de nós, apesar de fraqueza tem a capacidade de nos humilhar e derrotar?
Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 21/01/2017
Reeditado em 21/01/2017
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