A queda do avião do ministro

A queda de um avião de pequeno porte devido a um mau tempo é comum, pela falta de estabilidade e visibilidade. Ontem à tarde um avião bimotor com 05 passageiros caiu no mar nas proximidades da ilha rasa, Paraty, Rio de Janeiro. A aeronave havia decolado do Aeroporto de Marte, na zona norte da capital paulista, às 13h.

No primeiro instante uma notícia comum, mas rapidamente ganhou a repercussão nacional e internacional por estar entre os 05 passageiros mortos o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki. Por ser uma região turística, havia muitas embarcações, algumas pessoas viram o avião se chocar contra o mar. Por sorte, ninguém foi atingido.

O ministro Teori Zavascki foi nomeado pela ex-presidente Dilma Rousseff em 2012, e era o relator do maior processo contra a corrupção politica no País cognominado pela Polícia Federal de “Operação Lava Jato”, onde empresas como a Odebrecht financiava campanhas eleitorais do PT e de outros partidos em troca de licitações fraudulentas multimilionárias; e estava na iminência de homologar 77 delações premiadas de executivos e ex-executivos da Odebrecht, maior empresa beneficiada.

Conspiradores de plantão levantam a hipótese de queima de arquivo e sabotagem do avião. O presidente da República do Brasil Michel Temer decretou luto oficial no País por três dias, e afirmou ser uma simples homenagem e que o magistrado era um “homem de bem” e um “orgulho para todos brasileiros”. Cabe ao presidente do Brasil a nomeação de um novo ministro do Supremo Tribunal Federal. Mas conforme Regimento Interno do STF, o (a) presidente da Corte Máxima, em caráter excepcional, pode sortear um substituto ou redistribuir os processos para a 2ª turma (auxiliares do antigo relator) até a nomeação de um novo ministro.

Eu, pessoalmente, não acredito em crime político ou queima de arquivo, porque o ex-ministro Teori não era testemunha, mas apenas o relator de um Processo Criminal. A queda do avião pode ser consequência da baixa visibilidade do piloto, inexistência de instrumentos meteorológicos no aeroporto de Paraty e até por falha mecânica ou falta de combustível. A Polícia Federal, o Ministério Público Federal, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) e Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) vão investigar as causas do acidente e se há algum vestígio de crime. Só depois da investigação policial é que podemos dizer se houve crime ou acidente. A única certeza que temos nesta vida é que vamos morrer e que tudo é passageiro, e que ninguém é insubstituível.

Alonso Rodrigues Pimentel
Enviado por Alonso Rodrigues Pimentel em 20/01/2017
Reeditado em 22/01/2017
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