Loucos

Louco - uma crônica

Louco: em um sentido mais contemporâneo, mais conotativo: é aquele cujas palavras parecem desarrazoadas, extravagantes… avançando um pouco na conotação, podemos dizer que também é aquele cujas ações não se adequam ao status quo, num sentido mais antigo e, que ainda resiste, podemos dizer ser aquele que vê o mundo por um prisma divergente; podendo ver até além dos outros mortais… Esse sentido é o preferido de nossos contemporâneos quando querem descrever a si mesmos como alguém questionador…

Mas olha a contradição das “loucuras” de nossa sociedade: encontramos pessoas que se dizem loucas, mas que apresentam, diariamente, comportamentos conservadores, ou seja, loucas que se adequam muito bem ao status quo. Pessoas que aceitam ou fingem aceitar, por comodidades ou em troca delas, uma versão única e simples do mundo. Loucos que dizem existir apenas uma opinião, ou que acreditam que é "melhor não discordar dos poderosos, não se ganha nada fazendo isso!". Prepondera-se o silêncio e "o resto é delírio!"

Semelhantes a nossa querida Alice, não do livro, mas “a do filme hollywoodiano”, que após voltar bem mudada do "país das maravilhas”, disse a sua tia para procurar um psiquiatra, pois príncipes não existiam… e logo depois, chamou seu tio para uma conversa na qual disse que iria expandir seu império industrial para a China! Logo a Alice, livro símbolo da resistência contra o imperialismo!

É mesmo estranho que uma época, tão desarrazoada como a nossa, careça tanto de loucos, no sentido conotativo, e, pululam os loucos, no sentido denotativo, ou seja: aquele cujo o raciocínio denota alterações patológicas das faculdades mentais.

Richard Zohar

Richard Zohar
Enviado por Richard Zohar em 19/01/2017
Código do texto: T5886329
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