SABENDO SENTIR E ENTENDER NOSSOS SENTIMENTOS

Sentimentos, algo que sentimos,

mesmo sem nosso assentimento...

Tendo consentimento, e com sentimento,

vamos falar dos sentimentos que sentimos...

Osculos e amplexos,

Marcial

SABENDO SENTIR E ENTENDER NOSSOS SENTIMENTOS.

Marcial Salaverry

Se para falar de nossos sentimentos é algo complexo, que dirá para conseguir entende-los, e para abordar esse tema, temos de entender que não existe nada mais subjetivo do que nossos sentimentos, e por mais que se tente, não conseguiremos chegar a uma definição aceitável, que nos faça chegar a uma conclusão.

Assim sendo, para dizer a verdade, cheguei a uma definição clara e precisa: Sentimentos são indefiníveis, e não somente são indefiníveis, como são praticamente incontroláveis.

Muitas vezes conseguimos mantê-los sob controle da razão, mas nunca por muito tempo. E, quando conseguem se libertar dessa coisa aborrecida que é a razão, explodem com mais força e intensidade.

Li um pensamento simplesmente definitivo sobre os tais sentimentos, de autoria de Rubem Alves. Vamos a ele:

"Somos donos de nossos atos mas não somos donos dos nossos sentimentos.

Somos culpados pelo que fazemos mas não somos culpados pelo que sentimos..

Podemos prometer atos. Não podemos prometer sentimentos...

Atos são pássaros engaiolados... Sentimentos são pássaros em vôo..."

Com plena e total certeza, pode-se dizer que somos perfeitamente capazes de controlar nossos atos, e assim, decidir o que devemos ou não fazer, e resolver o que nos é possível executar. São decisões que dependem de nossa vontade, de nosso livre arbítrio. Todavia, nem sempre gostamos daquilo que fazemos. Mas é algo que precisa ser feito, com ou sem prazer. Fazemos por obrigação, e não conseguimos definir porque não o fazemos prazerosamente. Não somos capazes de direcionar nossos sentimentos para apreciar aquilo que nosso dever nos obriga a executar.

Assim, da mesma maneira que somos responsáveis por todos nossos atos, devendo responder por tudo aquilo que fazemos, não é possivel julgar-nos pelo que sentimos... Se fizermos o bem, tiraremos benefícios com isso, se, pelo contrário, agirmos mal, poderemos sofrer alguma punição por isso, ou não, pois existe muita gente que faz coisas erradas e não sofre a punição adequada, mas, punidos ou não, ninguém poderá nos julgar por aquilo que sentimos. Aliás, muitas vezes não conseguimos sequer definir o que nos vai n'alma, e dessa maneira, poderemos prometer fazer muitas coisas. Boas ou más. Serão promessas referentes a atos que pretendemos praticar. Apenas será impossível prometer sentimentos. Não poderemos jamais prometer amar alguém, ou mesmo odiar alguém, pois não conseguimos controlar nossas emoções. É realmente inexplicável o que acontece com elas.

Ninguém é capaz de dizer porque ama um certo alguém, nem tampouco é capaz de explicar porque não consegue amar uma outra pessoa, apesar de muito amado por ela. Parece contra senso, mas muitas vezes ocorre isso. Amamos alguém que não nos ama. Somos amados por outro alguém, que não amamos, e isso não é somente enredo de novelas, pois acontece na vida real. E daí? Não é coisa de doido? Simplesmente são armadilhas dos nossos indefiníveis sentimentos. E não podemos ser condenados por isso. É algo que vem de nosso interior incontrolavelmente.

"Atos são pássaros engaiolados... Sentimentos são pássaros em vôo". Impressionante a profundidade desta frase. Como poderemos determinar quais atitudes iremos tomar, quais atos iremos ou não praticar, e assim, é perfeita a imagem de um pássaro engaiolado. Colocamos nossa decisão em uma gaiola, definindo assim nossa linha de conduta, contudo, os incontroláveis e indefinidos sentimentos, têm a liberdade dos pássaros em vôo, que podem ir para onde melhor lhes aprouver. Assim é aquilo que temos em nosso interior. Não conseguimos manobrar os sentimentos direcionando-os para onde mais nos for conveniente. Não conseguimos deixar de gostar de alguém, apenas porque esse alguém não nos quer. Poderemos sufocar nosso sentimento, controlá-lo, para que não atrapalhe muito nossa vida. Mas ele lá ficará, latente, apenas esperando uma ocasião para explodir.

Assim, como inexplicável é o amor, o mesmo se aplica à amizade, ao carinho, ao ódio, ao desprezo.

Como se explica que determinadas pessoas são amadas por uns, e detestadas por outros?

O mesmo se aplica a filmes, livros, esportes, preferências (sexuais ou não..)... Enfim, a tudo na vida. Sempre haverá alguém para gostar de algo ou alguém. E sem que saiba dizer o porque.

Existe um provérbio popular bem adequado: "Se todos gostassem do azul... o que seria do amarelo?"

Quero entender que todos gostam de UM LINDO DIA, e certamente esse é meu desejo a todos.

Marcial Salaverry
Enviado por Marcial Salaverry em 18/01/2017
Código do texto: T5885436
Classificação de conteúdo: seguro