Cordel da minha amiga

Escrevi sem pensar muito,
Coloquei logo no papel
Meu modestíssimo intuito
Foi de compor um cordel.
O poema ficou bem curto
O que vem muito a calhar
Melhor não cansar o público
E a história abreviar.
Espero que se divirtam
E assim não adormeçam
Que meu cordel os deleite
É só esse o meu desejo.

Escolhi contar uma história
Sobre uma moça decente
Simpática, boa gente
Se não me falha a memória
O nome dela é Soraya
Moça fina, recatada
Nunca vestiu minissaia.
Só que de um tempo pra cá
Inventou de se enfeitar
Usar roupa decotada,
Maquiagem exagerada.
Todo mundo estranhou,
Mas a quem lhe perguntou
O motivo da mudança
Ela apenas retrucou:
– Faço o que meu coração manda,
Há tempos não sou mais criança.

Antes da transformação
Era de ficar em casa
Só vendo televisão.
Agora vai pra balada
Volta só de madrugada
Acelerando o carrão.
Noite dessas dirigia
De volta de uma folia
Quando uma blitz da polícia
Desconfiou dela e a parou.

Usava vestido novo
Mostrando um ombro desnudo
Por baixo, o peito pontudo.
– Pois não, boa noite, senhor!
Disse toda sorridente
Batom vermelho vibrante
Destacando o branco dos dentes.
– Documentos, por favor ,
do carro e da motorista.
Foi o que o guarda falou.
Perguntou de onde ela vinha
Respondeu que de uma festinha.
– E bebeu, a senhorita?
Ela hesitou um pouquinho:
– Só uma taça de vinho.
– Talvez duas – completou
– Sinto muito, senhorita,
Vai ter que soprar o aparelho.
– Sim senhor – se levantou
Roçando a coxa e o joelho
De leve na perna dele.
O teste muito estranhamente
Nada de álcool acusou.
Entre os dois, Soraya e ele
Mais não sei do que passou,
Mas espero impaciente
Que frutifique em amor.
Melisas Ribeiro
Enviado por Melisas Ribeiro em 03/11/2017
Reeditado em 03/11/2017
Código do texto: T6161487
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.