O desconhecido
 
Tenho certa fixação
Por ficção cientifica
Todo tipo de invenção
Longe do que se acredita
Que tenha comprovação
Materialização
Que a gente mal explica
 
Poderia argumentar
Pra quem não tem esse gosto
Que hoje é fácil lidar
Com o que ontem foi suposto
E se a gente não voar
Num futuro não pensar
Só crerá no que é exposto
 
Há mistérios nessa vida
Que a gente sente e não vê
Alguns deles me instigam
Outros nem quero saber
Porém supor exaurida
Tanta mente criativa
Sinto, mas não posso crer.
 
Além do mais nesse instante
Dizem as conspirações
Entre as mil variantes
Engendradas nos porões
Pode haver uma constante
Maquinação dos mandantes
Nos destinos das nações
 
Por isso que a ficção
Preenche muitos vazios
Seja de atuais questões
Que dariam calafrios
Ou de coisas que virão
Contando que a evolução
Seguirá sem desvarios
 
Aí cabe exercitar
Estórias mirabolantes
Coisas do livre pensar
Que não se cogitou antes
Aliás, originar;
Criar de onde não há
Jamais será o bastante
 
Na verdade esse processo
Qualquer poeta conhece
Noutro time, isso é correto:
Inventar que acontece
Ideia vira projeto
Elaborado e expresso
Na forma que lhe apetece