O APAGÃO DA HISTORIA

O APAGÃO DA HISTÓRIA

I COIMBRA LDA 290920170435

01 A história é um reflexo

Do passado, no presente

É como sendo um espelho

Com a imagem latente

Porém atrás dessa tela

Fica a real aquarela

Do instante ocorrente

02 Dentro da filosofia

Da história ocorrida

Faço um assentamento

Sobre o espelho da vida

Num retrato iluminado

Que por alguém foi filmado

Em época decorrida

03 A imagem expoente

Marca um tempo ido

Em que-há mais de cem anos

Houve um dia dividido

Em que parte era o sol

Com seu clarão e arrebol

Dando aos olhos o sentido

04 Outra parte eram trevas

Na mais negra escuridão

Onde olhar nenhum via

Alguma composição

Era como se fosse um mundo

Num precipício profundo

Onde não ia clarão

05 Entre as duas telas

Não havia divisória

Apenas aparecia

Uma linha ilusória

Como se fosse um risco

Feito por um corisco

Que fez sua trajetória

06 Atrás da tela espelhada

O passado era real

Entretanto pertencia

Ao escuro do astral

Enquanto que pela frente

Era o tempo corrente

Com luminância total

07 O história ali estava

Como uma noite escura

O tempo que decorrera

Era como uma estrutura

Uma ponte construída

Num misto de morte e vida

De invisível arquitetura

08 Para um entendimento

Daquela realidade

Quem contemplasse o espelho

Via mentira é verdade

Aquela na escuridão

E essa sob o clarão

De clara autenticidade

09 Para alguém inteligente

Cujo pensar argumenta

Tal espelho é muito falho

Naquilo que apresenta

Pois-o escuro não faz parte

Mesmo-a história sendo arte

No esquecimento ela entra

10 Num resumo descritivo

O poeta pensa então

Que devemos por sentido

No que-a luz põe seu clarão

O que fica no escuro

Quer passado, quer futuro

A morte faz APAGÃO!