Guardei na mente o retrato Da casa que morei nela

Mote de Silvano Lyra

Glosas de Edmilton Torres

I

Pra sempre vou relembrar

Detalhes da minha vida

Como a casinha querida

Que um dia foi meu lar

Recordo que pra chegar

Eu abria uma cancela

E por sobre uma pinguela

Atravessava um regato

Guardei na mente o retrato

Da casa que morei nela

II

Depois da ponte um caminho

Que parecia um aceiro

Levava até o terreiro

Que tava sempre limpinho

Do lado esquerdo um moinho

Junto à porta uma janela

Era uma casa singela

Sem luxo nem aparato

Guardei na mente o retrato

Da casa que morei nela

III

O terreiro bem varrido

Fazia vez de calçada

Um batente na entrada

Ao lado um jasmim florido

Um vira-lata atrevido

Servindo de sentinela

Sempre ao lado da gamela

Que lhe servia de prato

Guardei na mente o retrato

Da casa que morei nela

IV

Minha casa era branquinha

Com um Flamboyant na frente

Na hora do sol poente

Ficava em sombras, todinha

Já a planta, floradinha

Parecia uma aquarela

No conjunto, imensa tela

De um pintor abstrato

Guardei na mente o retrato

Da casa que morei nela

Edmilton Torres
Enviado por Edmilton Torres em 13/09/2017
Reeditado em 13/09/2017
Código do texto: T6113240
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.