ADILSON COSTA E CARLOS AIRES GALOPANDO A BEIRA MAR.
Cheguei respirando o bom ar de Carpina
Nas asas do vento, voando bem alto,
Da zona da mata de um belo planalto
Buscando mais versos no mapa da mina,
Gigante talvez ou talvez pequenina
Já vai minha rima tão logo brotar
Germina sorriso por todo pomar
Fazendo-se espelho de tanta beleza
Cantando a magia da mãe natureza
Nos dez de galope na beira do mar.
Adilson Costa
Poeta o seu verso tem tanta grandeza
Que nos estimula e até nos incita,
Pra que retribua com estrofe bonita
Com muitos detalhes, cheia de riqueza;
E quando o assunto trata da devesa
Ou de uma vertente num vale a brotar,
De um rio perene pra se navegar
Com a água clara transparente e pura.
É muito agradável falar da natura
Em dez de galope na beira do mar.
Carlos Aires
Eu canto o luar de uma noite que escura
Nos brinda com estrelas riscando no céu
Pedaços de nuvens se fazem de véu
Se fazem de ponte que dão cobertura
À abelha, formiga, também tanajura
Mostrando um reinado pra nos encantar
Nascente se apressa pra nos abraçar
Pintando a matina com os raios dourados
As cores cinzentas dos nossos passados
Com as tintas tão belas da beira do mar.
Adilson Costa
São tantos encantos que temos nos prados
As flores silvestres, as plantas nativas,
Onde as borboletas com as cores vivas
Dão show nesse palco com os lindos bailados,
Onde os beija-flores chegam apressados
Em busca de pólen pra se alimentar,
E também visitam aquele pomar
Pequenas abelhas que entram no clima
Retirando néctar que é matéria prima
Pra fazer mel puro bem longe do mar.
Carlos Aires
Eu torço que a mão tão cruel não reprima
De ver a beleza da fauna e da flora
Que ponha na face da mata que chora
A grande certeza de que se aproxima
Um tempo em que o sonho jamais se dizima
Na orquestra de um sapo no seu coaxar
Cigarra que canta também sem parar
Virando a madruga na minha janela
O vôo de um pavão, de uma garça singela
Cantando as belezas da beira do mar.
Adilson Costa
Vejo a esperteza da simples gazela
Fugindo das garras do seu predador,
No topo da serra a bela condor,
Faz a revoada tão rápida, tão bela,
Um arco celeste que exibe na tela
Do céu, sete cores para embelezar,
Quando um passarinho flutua no ar,
Movimenta as asas sem usar motor
É a natureza em pleno esplendor!
Afirmo em galope na beira do mar.
Carlos Aires
Tão bela obra prima do grande pintor
Que salga nas águas azuis o cardume
Nos manda as estrelas servindo de lume
E o céu tão sublime se faz cobertor
São as digitais desse Deus criador
Vestindo a roupagem de um belo orvalhar
Do vento que nunca parou de soprar
Se espalham nos montes, colinas, cascatas
E ensinam o grilo a compor serenatas
Regendo galope na beira do mar.
Adilson Costa
Vejo a lua cheia espalhando as pratas
Em raios brilhantes qual facho de luz,
E aquela paisagem empolga e induz
Navegar nos sonhos em leves fragatas,
Fazendo poesias singelas, sensatas,
Sob a luz brilhante do belo luar
Também as estrelas vêm nos inspirar
Promovendo assunto pra um belo poema.
É a santa natura fornecendo tema
Pra cantar galope na beira do mar.
Carlos Aires
O cão vira lata, sagui, seriema
Fazendo algazarra por todo o cercado
Cavalo cochila, tristonho e cansado
Cenário tão belo pra todo cinema
A mãe natureza se faz tão suprema
Por todo o galope, sem nunca parar
Cantando a pantera, leão e o jaguar
Eu canto a preguiça deitada no galho
É tanta mistura que quase embaralho
O nosso galope na beira do mar.
Adilson Costa
Cantar a natura não causa atrapalho
Porque a grandeza é farta e é tanta,
Que qualquer poeta com ela se encanta
E assim não comete qualquer ato falho
E sequer precisa se dar ao trabalho
De ir pra distante para procurar
Pois ela se encontra em qualquer lugar,
No campo ou na praia, sempre está presente,
Mostrando a beleza e instigando a gente
Pra cantar galope na beira do mar.
Carlos Aires
No toco de pau onde faz seu repente
Não tem nem ensaio o tal sabiá
Craúna, concriz e xexéu, sabe lá
Fazendo o concerto tornar-se frequente
O canto dos bichos supera o da gente
Que quando começa não quer mais parar
A mata não cansa de tanto cantar
Com tanta viola fazendo seresta
O canto se espalha por toda floresta
Cantando em galope na beira do mar.
Adilson Costa
Toda madrugada tem a bela festa
De uma passarada que em sinfonia,
Saúda a chegada de um novo dia
E aos nossos ouvidos em nada molesta,
Pois se a melodia não é indigesta
Jamais incomoda, só faz agradar,
E aquele que escuta esse poetar
Só fica com a alma feliz e encantada,
Quando o sol estende a manta dourada,
Na beira da praia ou distante do mar.
Carlos Aires
Cantamos a fauna tão bem celebrada
Cantemos também a riqueza da flora
O belo jardim pra saudar nossa aurora
Orquídea na estufa, sem casa, sem nada
A doce camélia, a rosa encantada
Tulipa tão negra, que sem desbotar
Completa a bancada do belo pomar
Plantando esperança, colhendo humildade
Aduba o canteiro da flor da saudade
Nos tantos galopes da beira do mar.
Adilson Costa
Toda natureza traz felicidade
Que seja ela vinda do céu ou da terra
Exemplo: a neblina quando cobre a serra,
Ou a bruma que gera nebulosidade,
Nos campos as flores e a diversidade,
Da fauna e da flora nos faz delirar,
O oxigênio que compõe o ar
E o sol gera a luz que ilumina a vida,
A relva que deixa a campina florida,
Ou as ondas bravias provindas mar.
Carlos Aires
A nossa missão que findou concluída
Tornou bem mais forte a leal parceria
Falando das coisas que o Deus tanto cria
Nos dando sustento, sorriso e guarida
Pedimos licença pra nossa partida
E tão logo em breve podermos voltar
Ao tão nobre vate que eu quero abraçar
Procuro deixar a palavra final
Falando de planta e também animal
Fechando o galope da beira do mar.
Adilson Costa
Em clima poético que em alto astral
Chegamos ao fim de mais essa contenda,
E a natureza ofertou como prenda
A matéria prima de forma total.
Versar com o poeta foi muito legal
E espero em breve de novo versar
E nesse relato podemos mostrar
Um pouco da história do nosso bioma
E esse trabalho a outros se soma
Narrado em galope na beira do mar.
Carlos Aires
Adilson Costa e Carlos Aires
06/05/2017
...