A ILUSÃO DE JOSÉ MAYER

Miguezim de Princesa

I

José Mayer se acostumou

Com a fama de machão:

Não escapava uma mulher

Da lábia do garanhão,

Pelo menos na novela

Ninguém lhe dizia não.

II

Em Segredo de Anita

Namorou com uma ninfeta.

Parecia pedofilia,

Mas ninguém fazia careta,

E o lobão tirando onda,

Pipocando a espoleta.

III

Trabalhou em Chega Mais,

Mulheres Apaixonadas,

Favorita, Pátria Minha,

Uma aura cobiçada,

Fazia fama com as mulheres,

Famoso pelas “pegadas”.

IV

O velho Zé Pegador

Fez a Fera Radical,

Pedro em Laços de Família,

Já foi bom e já foi mau,

E foi em Viver a Vida

Que pegou Lilia Cabral.

V

Na novela Fina Estampa,

Também em Saramandaia,

Fez par com Lilia Cabral,

Mas seu ferrão de arraia

Vivia correndo atrás

De todo rabo de saia.

VI

Mas a vida imita a arte,

Fantasia é traiçoeira:

Quando ele viu a moça,

Cheirando feito uma roseira,

Ele falou: “É agora

Que eu encerro minha carreira!”.

VII

Disse a ela umas gracinhas,

Mas a moça não gostou;

Quis cheirar o seu cangote,

A moça se arrepiou,

Porém disse: sai pra lá!,

Correu e se arripunou.

VIII

Ele ficou insistindo,

Com jeito de desordeiro,

Encostou perto da moça

E disse assim bem ligeiro:

- Você, que é maneirinha,

Quer subir no oitizeiro?

IX

A moça deu um pinote

Que parecia um cabrito,

Porque José Mayer, doido,

De um jeito meio esquisito,

De raiva queria matar

Enforcado um periquito.

X

Foi o maior alvoroço

Naquela televisão.

Na tela pode mostrar

A maior devassidão:

Mulher faz no Big Brother

Pior que no barracão;

Fazem mènage a trois,

Todo dia tem traição;

José Mayer se lascou

Porque um dia pensou

Que a vida era ilusão.

Miguezim de Princesa
Enviado por Miguezim de Princesa em 05/04/2017
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