Caminhos ocultos.

Muitos passos foram dados

Na estrada do destino

Mil desejos fracassados

Pela ânsia de menino

Muitos deles procurados

Pra não receber ensino.

Lares foram destruídos

Pela sede de poder

Criminosos instruídos

Para só mal proceder

Nos altares construídos

Pela força do dever.

Onde chega a prepotência

Ali reina a tirania

Falta paz, falta decência,

Falta pão, falta alegria,

Falta a luz da inocência

Que alegra o dia a dia.

Onde reina a tirania

Ali mora a confusão

Sempre há demagogia

Muita dor e solidão

Falta o senso que avalia

Simples aperto de mão.

Onde reina a confusão

Ninguém ouve o que é dito

Só se ouve palavrão

Palavrório esquisito

Cada um levanta a mão

Demonstrando estar aflito.

Onde falta a alegria

Na certa mora a tristeza

Ali chega a covardia

Com a paz da indefesa

E na voz de quem partia

Um escárnio da beleza.

Na lembrança do passado

Sempre há algo esquecido

Há algum passo mal dado

Também algo proibido

Há alguém sempre calado

E também alguém traído.

O desejo do traído

É querer impor vingança

Mesmo estando convencido

Pela voz de uma criança

Que ignora o prometido

Doce abraço da esperança.

Esse abraço prometido

Está em lugar distante

Em geral fica escondido

Numa caixa de brilhante

Quase nunca é percebido

Pois só dura um só instante.

No deserto de amor

Onde reina fantasia

Um abraço cura a dor

Que sufoca a companhia

Que nos da o seu calor

Sem pensar na mais-valia.

Nosso lucro nesta vida

Vem da nossa atividade

É fazer da nossa lida

Uma fonte de verdade

É poder ver na partida

O portal da caridade.

No portal da caridade

Encontrar novo afazer

Encontrar nova amizade

Começar novo aprender

E olhar para a idade

Vendo nela algum saber.

No espaço de milênios

Poder ver que nada somos

Pouco importa o que tivemos

Muito menos o que fomos

Não importa onde vivemos

Onde estamos ou onde vamos.

Nos milênios que vivemos

Se fizemos a nossa parte

Hoje sei que nada temos

Tudo vai para o descarte

Nosso é o que aprendemos

Do saber nunca se aparte.

Quem tem a vida a dois

Sacrilégio é viver só

Tudo fica pra depois

No final viramos pó

Quem a vida não repôs

Vai ser do moinho a mó.

Lágrimas de sentimentos

Poderão voltar à tona

Entretanto esses momentos

Me trouxeram a minha nona

Que me trouxe aviamentos

Para eu dar pra minha dona.

Minha dona é a mulher

Que encontrei no paraíso

Dou a ela o que tiver

Pra ganhar o seu sorriso

E se nada ela me der

Eu fico feliz com isso.

Renato Lima
Enviado por Renato Lima em 04/03/2017
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