O MEU RIMANCEIRO * A balança

Põe os pratos na balança!

Pesa-me um quilo de pão

e dez gramas de esperança

para eu comer ao serão.

Põe os pratos na balança

e deixa a dança parar.

Se não parares a dança,

no peso vais me enganar.

Sei que de pobre não passo,

quer tu me enganes ou não,

enquanto tolhe o meu braço

a insana resignação.

Talvez este tempo mude,

porque a inércia não existe,

e eu podendo o que não pude

faça o que tu nunca viste.

E quanto hoje tão mal aprontas,

numa gula sem parança,

serão parcelas das contas

a pesar noutra balança.

José-Augusto de Carvalho

Alentejo. 21 de Janeiro de 2016.

José Augusto de Carvalho
Enviado por José Augusto de Carvalho em 14/02/2017
Reeditado em 03/03/2018
Código do texto: T5912291
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