O DECOTE DE TEREZA
Lá vem Tereza chegando
Linda e maravilhosa
Como sempre bem vestida
Sorrindo, puxando prosa
Vendo isso me embaralho
Esqueço estar no trabalho
Por causa dessa gostosa.
Não só eu fico assim
Agindo feito abestado
O que é macho do setor
Fica hipnotizado
Eu estou vendo a hora
De ser é mandado embora
Por assédio acusado.
Mas homem tu fica rindo!
Não ria é pra chorar!
Quando ela chega o serviço
Só falta mesmo é parar
Desse jeito o meu patrão
Claro não aguenta não
Cabeças irão rolar.
Apesar que ele também
Dá suas espiadinhas
Tá certo que mais discretas
Que as espiadas minhas
Por ser o patrão, “o rei”
Estou certo disso, eu sei
Que rola umas cantadinhas.
E Tereza continua
Seu trabalho rotineiro
Mais que mulher mais bonita!
Nossa mãe! Oh, que traseiro!
Se eu pudesse ficaria
No trabalho todo dia
A olhando o dia inteiro.
Só olhando bastaria
Para eu satisfazer
O meu ego, minha tara
Pra me sentir no poder
De pensar que ela é minha
De pedaço não, todinha
Me afogando de prazer.
Ah, se eu fosse o patrão
Ali sentado com ela!
Usaria do poder
De ser comandante dela
Atiraria a esmo
E aqui no trabalho mesmo
Faria uma novela.
Pegaria a sua mão
Apertando levemente
Sentaria bem mais perto
Tipo assim: frente a frente
Coisas loucas falaria
Sua boca beijaria
De forma bem indecente.
Lhe pegaria em meus braços
Beijaria o seu cangote
Alisaria seu corpo
A partir do seu decote
A jogaria na "rede"
Mataria a minha sede
Com a água do seu pote.
Não ligaria se ela
Me desse um tapa na cara
O que ia valer mesmo
Era matar minha tara
Me jogasse lá do prédio
Me acusasse de assédio
E me levasse pra vara.
Responderia um processo
Preso sei que ficaria
Mas o tempo na prisão
Usado por mim seria
Pra ficar pensando nela
Lembrar do jeitinho dela
Dia e noite, noite e dia.
Quando eu saísse dali
Com a tara ainda acesa
Rejuntaria os pedaços
Abriria outra empresa
Daria emprego pro povo
Só pra poder ver de novo
O decote de Tereza.