E POR FALAR EM EX

Quando ela passou por mim

E desviou seu olhar

Por certo pensou que eu

Ia com ela falar

Coitada não me conhece

Só sendo... até parece

Que eu ia me humilhar.

Sei que não posso negar

Que ainda gosta dela

Ao vê-la meu coração

Comigo chega duela

Mas o meu brio é maior

Provei do mal a pior

Quando estive com ela.

Ao lado daquela “fela”

Fui bastante maltratado

Preso ali aos seus caprichos

Pelos pés acorrentado

Sem carinho e sem respeito

Sem nem respirar direito

Mas louco e apaixonado.

Eu lhe dava de punhado

De amor e de carinho

Lhe dava um monte de cheiro

Beijinho e mais beijinho

“Chei” de desejo e de tara

E ela me dando na cara

Deixando eu amar sozinho.

Parecia um cachorrinho

Que o que a dona manda faz

“Levanta!” eu me levantava

“Vá pra frente!”, “Vá pra trás!”

“Me dê isso!”, “Dê-me aquilo!”

Feito cantiga de grilo

Parecia o Satanás.

Mas na verdade o que mais

Me fez largar a insana

Foi ela me proibir

De nos finais de semana

Eu tomar uma gelada

Junto com a rapaziada

No boteco de joana.

Enquanto toda bacana

De manhãzinha saia

Toda emperiquitada

Pra tal da academia

Não somente no final

De semana e coisa e tal

Ela ia todo dia.

De vez enquanto eu ouvia

A vizinhança dizer:

“Mulher olha lá vai ela

Chega correndo vem ver!”

Por não ser surdo nem mudo

Antes virar chifrudo

A mandei se “assuverter”.

Depois disso vi correr

Lágrimas no seu olhar

Confesso no meu também

Mas depois de enxugar

Chegamos a conclusão

Pra viver de confusão

Foi melhor se separar.

Benildo Nery
Enviado por Benildo Nery em 13/01/2017
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