CORDEL – Mote – A nossa democracia - Não morreu, mas tá doente – 16.05.2016
Comecei esse cordel por volta de março p. passado. Doente, não tive mais vontade de fazê-lo. Agora que houve o “impeachment” da doutora Dilma, decidido pelo Senado Federal, resolvi concluí-lo, o que faço agora, publicando-o para oferecer aos meus amigos e leitores. Peço desculpas, pois fiquei completamente enferrujado. Meu abraço fraternal a todos.
Mote – A nossa democracia – Não morreu, mas tá doente – 16.05.2016.
Regras – oitavas de sete sílabas poéticas
Esquema de rimas – ABABCDCD
Regras – oitavas de sete sílabas poéticas
Esquema de rimas – ABABCDCD
Eu jamais quis ser político
Porque não daria certo
Pois eu sempre fui um crítico
Entrando de peito aberto
Completei academia
De deveres sou ciente
A nossa democracia
Não morreu, mas tá doente...
(2)
Trabalhei para o governo
Nunca fui de ganhar toco
Quer no verão ou no inverno
Eu me fazia de mouco
Nunca foi por covardia
Mesmo que fosse atraente
A nossa democracia
Não morreu, mas tá doente...
(3)
Carros, imóveis, dinheiro,
Tentavam minha cabeça
Além do mais sou pedreiro...
Que a paz me fortaleça
Nunca fiz acrobacia
Sempre fui bem resistente
A nossa democracia
Não morreu, mas tá doente...
(4)
Quem foi que já viu um pobre
Ficar rico com salário
Ou mesmo ficar esnobe
Salvo se for salafrário
Ou fazer alegoria
Tomando muita aguardente
A nossa democracia
Não morreu, mas tá doente...
(5)
Eu conheço muita gente
Que se esqueceu da pobreza
Ficou logo saliente
Com mania de riqueza
Não liga pra carestia
No banco saldo crescente
A nossa democracia
Não morreu, mas tá doente...
(6)
Hoje uma grande vantagem
Que a rua está dizendo
É fazer camaradagem
Mesmo com PT morrendo
Por conta da mordomia
Enquanto o povo consente
A nossa democracia
Não morreu, mas tá doente...
(7)
Agora querem falar
Num tal golpe sem sentido
Para o povo complicar
Neste país já falido
Com muita sabedoria
Dizia um confidente
A nossa democracia
Não morreu, mas tá doente...
(8)
Se falar em contragolpe
Até que posso aceitar
Não é preciso o IBOPE
Para logo imaginar
Fizeram muita anarquia
Numa mentira imprudente
A nossa democracia
Não morreu, mas tá doente...
(9)
Inventaram que o Brasil
Era aquele mar de rosa
Vá pra puta que o pariu
Quem engoliu essa prosa
Era muita analgesia
Tudo sim muito evidente
A nossa democracia
Não morreu, mas tá doente...
(10)
Se o governo não ganhasse
Aquela nova eleição
Pobre que se preparasse
Não teria refeição
Era tudo que previa
O chaleira saliente
A nossa democracia
Não morreu, mas tá doente...
(11)
Os rombos foram chegando
Um mar de lama surgiu
E aqui não estou blefando
A corrupção reuniu
Fez do roubo apologia
Com governo conivente
A nossa democracia
Não morreu, mas tá doente...
(12)
As desculpas sempre as mesmas
Não sei, nunca vi, não falo,
Tal qual um bando de lesmas
O dinheiro pelo ralo
Verdadeira hipocrisia
Toda a turma consciente
A nossa democracia
Não morreu, mas tá doente...
(13)
Mas o processo engrossando
Gente nobre na gaiola
A fila está aumentando
A polícia entrou de sola
Descobriu anomalia
Num trabalho consequente
A nossa democracia
Não morreu, mas tá doente...
(14)
Mas o Moro vai chegando
Devagar e bem seguro
Claro no chefe visando
Esse que está em apuro
Que já tem antipatia
Pode ser um delinquente
A nossa democracia
Não morreu, mas tá doente...
(15)
O governo que começa
Com focos de reação
De cara logo tropeça
Sem mulher é um senão
Quem sabe seja apatia
Talvez ciúme imprudente
A nossa democracia
Não morreu, mas tá doente...
(16)
Mas se ele fraquejar
O povo vai reagir
Para a rua vai gritar
Muita gente reunir
E fazer a maioria
Num futuro contundente
A nossa democracia
Não morreu, mas tá doente...
(17)
Aí então ela volta
Fazer o quê é o jeito,
Vai sozinha e sem escolta
Assume com todo peito
Só não vai por covardia
Com Lula seu assistente
A nossa democracia
Não morreu, mas tá doente...
(18)
Tudo começa de novo
O cenário voltará
E nos braços de seu povo
Sua turma vibrará
Pois será muita euforia
Parece que sou vidente
A nossa democracia
Não morreu, mas tá doente...
(19)
Eu daqui me preocupo
Um líder sequer não vejo
Mesmo com salvo conduto
Indicar não me atrevo
Só com muita poesia
Por demais condescendente
A nossa democracia
Não morreu, mas tá doente...
(20)
Mesmo com toda a desgraça
Sou obrigado a dizer
Já tomei muita cachaça
Tenho de reconhecer
Tem quem beba todo dia
Um viciado eloquente
A nossa democracia
Não morreu, mas tá doente...
E por aí vai...
Ansilgus
18/05/16 - Jacó Filho como sempre interagiu de maneira muito feliz...meu agradecimento:
Idealizada por Licurgo,
A Democracia da Grécia,
Aqui chegou com inércia,
E o PT fez um chafurdo...
Fazendo-se de inocentes,
Todo o país corrompeu...
A Democracia não morreu,
Mas ficou muito doente.
..
Parabéns! E que Deus nos abençoe e nos
ilumine... Sempre...
18/05/16 - Miguel Jacó, um grande mestre, assim se expressou, grato:
O eleitor Brasileiro,
é corrupto e delinquente,
elege aos trapaceiros,
e reelegem novamente,
cambada de cangaceiros,
e assaltantes nojentos,
A nossa democracia,
Não morreu mas tá doente.
Boa noite Ansilgus, teus versos enredam as anomalias pelas quais o
Brasil navega neste momento agonizante, parabéns pela justa indignação
expressa nesta irretocável coletânea de cordéis, e minhas reverências
a primorosa interação do poeta Jacó Filho, um abraço, MJ.
19/05/16 - Aila Brito compareceu assim, grato:
Espetacular! Show! Não resisto; vou interagir rsrss.
Da política me esquivo
Por toda essa malandragem
Muito gesto repulsivo
Só pensam em ganhar vantagem
Por tanta egolatria
Deixa o pobre impotente
A nossa democracia
Não morreu, mas tá doente.
O país já não suporta
Dos filhos seu essa prática
Sem amor em sua aorta
Pela sordidez selvática
Zerando a economia
Zombando de toda gente
A nossa democracia
Não morreu, mas tá doente.
Se o Brasil foi mar de rosa
Hoje é mar de lamaçal
Faço prece silenciosa
Deus nos livre desse mal
E que nos dê a garantia
De uma vida mais decente
A nossa democracia
Não morreu, mas tá doente.
Parabéns, mestre! Abraço.
19/05/16 - Raquel Ordones compareceu assim, grato:
Não morreu, mas ta doente
Assim somos os prejudicados,
Nesse constante? passar a mão?,
Quem cuida do nosso coração?
Um país de seres desesperados,
Onde há políticos despreparados,
A educação é bastante carente,
Governante que rouba e mente,
E todos andando na contramão,
E a política precisa respiração,
Não morreu, mas ta doente.
19/05/16 19:43 - Uma Mulher Um Poema interagiu assim, grato:
O Brasil está doente
Com um grande rombo
Nas mãos de delinquentes
Nesse caos vergonhoso
Um Pais que ficou desacreditado
Perdendo sua integridade
Diante de políticos safados
Num governo deplorável
Parabéns por seu expressivo e belo
cordel! Abraços carinhosos.
20/05/16 – heliojsilva assim interagiu, grato:
Olá nobre amigo Poeta. Que maravilha de cordel, confesso que ao ler
Foi-me passando um filme pela cabeça. Perdoe-me pela ousadia, mas não
resisti.
Grita a Pátria Mãe gentil que nos pariu
Pois está sendo usada, deturpada
Hoje ela está triste e não sorriu
Já não se sente mais amada
Colonizaram nosso Paraíso
Escravizaram nossos ancestrais
Subjugaram e subtraíram nosso juízo
Impuseram-nos valores cabrestais
Mobilizaram-se para as eleições indiretas
Presidente eleito pelo Parlamento
Democracia Utópica, cheia de metas
Estrela de brilho opaco no firmamento
Desculpe-me por alongar demais, mas essa nossa
democracia utópica vem desde os tempos passados. Parabéns, abraços e
felicidades, extensivo aos seus.