Dilemas

Ao despertar, decidi retornar a meus treinamentos, precisava gastar a energia em mim, dispersar a furia de minha mente, e nada melhor que isso, o dia estava radiante, não senti a presença daquele que tanto me fazia bem, e em partes isso me entristecia, mas talvez fosse melhor assim.

Poderia me concentrar em meu treinamento, mesmo solitario, peguei minhas armas e minha espada a tantos anos esquecidas naquele bau, lustrei-a estava como nova novamente, feita de prata, por um dos artesãos mais antigos da minha raça, ela tinha a magia escondida nela e apenas eu era a possuidora desse segredo.

Treinei ate quase a exaustao fisica não me permitir mais, precisava ocupar minha mente agitada, e essa foi a maneira que encontrei, precisava estar em forma, deixei há muito tempo os campos de treinamento e agora estava sozinha, precisava estar pronta pra tudo.

Mergulhei no riacho depois de tudo, com meu corpo dolorido, seria uma maneira de me recuperar, e esqueci do tempo dentro daquelas agua, quando dei por mim estava quase anoitecendo, o tempo passou rapido.

O que teria meu amigo misterioso, feito durante todo esse tempo, eu não sei, mas a noite chegava e quem sabe ele voltasse, me recolhi a minha cabana, agora mais revigorada, me sentia viva mais uma vez.

Hoje meu corpo não pediu o sangue, penso que volto a ser eu mesma a controlar minha sede, mas sentia fome, uma fome que desconhecia, não era desejo de sangue, o que estaria acontecendo comigo?

Fui ate a dispensa que por sinal ainda estava cheia, peguei um enorme pedaço de cordeiro acendi a fogueira e o deixei ali, logo estaria pronto.

Peguei uma taça de vinho e fiquei ali, olhando as chamas da fogueira, perdida em meus pensamentos, quando ouço passos, seria ele?

O vejo chegando, não com a mesma alegria de sempre e isso me preocupa demais, ele parecia abatido, algo tinha acontecido e precisava descobrir o que era, queria ajuda-lo como sempre me ajudou.

O convidei para se juntar a mim ao lado da fogueira e assim ele o fez, mas se manteve em silencio, mesmo aceitando a taça de vinho, ficou ali perdido em seus pensamentos, que pareciam tão distantes, e apenas aceitei teu silencio, aguardei para que desejasse falar, não queria ser evaziva, nem me intrometer em assuntos que não eram meus, aprendi a respeita-lo.

Logo o cordeiro ficou pronto, servi a nos dois, nos alimentamos e só então ele falou.

Contou-me sobre seu mundos, os seus amigos e tudo que desejava que eu soubesse, então me informou que logo precisaria partir, o que muito me entristeceu de certa forma, não estava pronta para ficar longe dele que me fazia tao bem.

Disse-me tambem que teriamos apenas mais quatro noites ate sua partida, que ele não mais poderia voltar, essa era a lei entre eles, convidou-me para seguir com ele, mas como? Sou vampira e ele um Lobo, tem sua família, sua alcateia, talvez jamais me aceitem, isso é um fato.

Apesar de ser mestiça tenho em mim a furia dos vampiros, sou perigosa para a alcateia e tenho consciência disso, não sei o que fazer, nossas almas pareciam chorar silenciosamente, pela suposta separação.

Mas ainda temos quatro noites e muita coisa pode acontecer, então ele se despediu antes do amanhacer, me senti triste, mas fiquei ali, inerte olhando sua imagem sumir por entre a floresta, sabia que ele tinha suas obrigaçoes e eu em partes o desviei delas.

Espero que ele fique bem, e encontre o seu equilibrio, como eu tento encontrar o meu.

Condessa Drakon
Enviado por Condessa Drakon em 06/08/2017
Código do texto: T6075673
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