Uma nova era (a recuperacao)

Dois dias se passaram, e tambem me tranquei em meus aposentos, saindo apenas para visita-lo ora ou outra, preocupada com sua recuperaçao, minha carne queimava, meus pensamentos e sentimentos se viam perdidos em lembranças dele, junto com as minhas, era assustador tudo isso, jamais o sangue de um ser me provocou isso, sentia o desespero das almas que dilacerei o corpo, via a morte de seres que jamais conheci, talvez lembranças de meu querido Rames, imagino o quanto ele estava sofrendo com tudo isso, tentava controlar meus sentimentos em relaçao a ele, não podia me envolver mais e sabia disso, já o magoei demais e ele merecia a paz, por isso fiz o que fiz, quem sabe ele conseguiria se encontrar e finalmente se equilibrar, meu único medo era o que ele seria agora, se o sangue do anjo seria mais forte que o das trevas talvez apenas consiga salva-lo e ele continue sendo aquele anjo que sempre foi, são coisas que não consigo decifrar agora, afinal depende apenas dele.

Voltei ao hospital, ele dormia profundamente, precisava estar perto dele, queria que ele se curasse, fosse livre, as vezes ele falava algo que não entendia, talvez uma língua desconhecida, do lugar de onde ele veio, mas ainda sentia a furia nele, e ele teria de vencer isso sozinho, perguntei aos medicos como ele estava e me informaram que estava melhor, mas a situação dele era delicada, precisava de cuidados, nos momentos que estava acordado ainda mantinha o olhar distante, como se perdido em algum lugar do passado, mas já tinha momentos de lucidez e se lembrava de quem era, do Reino, mas não entrava em detalhes.

Ordenei a eles que não forçassem demais a lembrança dele, tudo chegaria naturalmente, ele se encontraria, lembraria quem era, e pedia todos os dias isso aos Deuses.

Por um momento segurei-lhe as mãos, queria senti-lo de alguma maneira, e o inexperado aconteceu, como por magia, nossas almas se encontraram, me vi nos pensamentos dele, no mundo de sua mente, mas ele não podia me ver, mas sabia que ele me sentia, senti sua dor direcionada a mim, mas mesmo assim seu olhar era calmo, o que me deixava ainda mais assustada, quase que automaticamente o soltei, isso me assustou, e senti ele suspirar, e se acalmar novamente,

Nada disse a ninguém, mas essa sensaçao ficou em mim, por muitas horas, como se nossa mente estivesse ligada de alguma maneira, devia ser o efeito do sangue em nosso corpo, tentava pensar isso, voltei a meus afazeres, aguardando que ele voltasse a si, e que pudessemos ajuda-lo novamente.

Mandei que construissem nos arredores de nossa floresta novamente, um casebre, exatamente igual ao que ele possuia, perto do riacho como ele gostava, quem sabe quando melhorasse, o levasse pra la, e isso o ajudasse a se recuperar, teria Drako para protege-lo, estaria seguro, tenho certeza disso, as obras estavam quase prontas e via a melhora dele lentamente mas via, e isso me deixava feliz, meu corpo já não queimava como antes, mas sabia que ate eu estava diferente, algo havia mudado em mim, ao me alimentar dele, só não sabia o que, agora o tempo era o dono de tudo, restava-me apenas aguardar e nada mais.

Condessa Drakon
Enviado por Condessa Drakon em 26/04/2017
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